Integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiram ontem pela manhã uma praça de pedágio da concessionária Univias, na BR-386, perto da cidade de Marques de Souza (137 km de Porto Alegre). Cerca de 600 sem-terra liberaram as cancelas do pedágio das 7h40 às 10h45 para passagem de carros e caminhões.

Os manifestantes cobriram as câmeras de monitoramento com roupas e sacolas plásticas. Pelo local, segundo levantamento feito pela Univias, passaram 821 carros e caminhões sem pagar a tarifa, que varia de R$ 10,40 para carros de passeio a R$ 90,00 para caminhões com mais de cinco eixos.

Paulo Garcia, integrante do MST, afirmou que os preços praticados pela empresa são abusivos, o que motivou o ato.

Os sem-terra distribuíram panfletos aos motoristas informando sobre a marcha de integrantes do MST em direção à cidade de Coqueiros do Sul, que se iniciou no dia 11 de setembro.

A Univias pediu que a polícia monitorasse o protesto para evitar danos aos equipamentos. A empresa não soube informar quanto deixou de arrecadar com a abertura das cancelas pelos manifestantes, porque alguns dos carros que passaram pelo pedágio têm isenção, o que impediu o cálculo.

CE e PB

Em Fortaleza (CE), cerca de 900 sem-terra ligados ao MST invadiram ontem a sede do Dnocs (Departamento Nacional de Obras contra as Secas). Eles afirmam que só deixarão o local depois que houver garantias de que os governos federal e estadual cumprirão as reivindicações do grupo, como soluções para a melhor convivência dos assentados com a seca.

Na Paraíba, cerca de 150 famílias ligadas ao MST invadiram anteontem uma fazenda em Boqueirão (173 km de João Pessoa).

De acordo com o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), a fazenda Trincheiras, de cerca de 1.250 hectares, não faz parte da lista de propriedades a serem vistoriadas.