As mudanças no perfil econômico nos últimos anos em Encruzilhada do Sul e a construção do eixo sul da RSC-471, em fase de conclusão, ao mesmo tempo que ampliam as expectativas de desenvolvimento, impõem novos desafios aos candidatos que serão eleitos no dia 5 de outubro. Com localização estratégica, às margens da rodovia que liga a região produtora de fumo e o Porto de Rio Grande, uma das preocupações é evitar que a cidade se torne um simples corredor de exportação. E apesar da expansão na área com florestas devido à instalação e ampliação de indústrias do setor no Estado, o avanço da atividade sofre restrições de uma parte da sociedade preocupada com as conseqüências no futuro.
As imensas florestas, os parreirais de videiras, os pomares de maçã, pêssego e outras frutas que constituem boa parte da paisagem ao longo da RSC-471 mostram as mudanças no perfil econômico do município durante as duas últimas décadas, deixando de ser essencialmente agropastorial. A área com eucaliptos, acácias e outras matas ocupa 75 mil hectares e a fruticultura 570 hectares. A construção da própria rodovia abriu as portas para novos empreendimentos, pois, ao mesmo tempo que facilitou o acesso à cidade, deixou Encruzilhada do Sul em um ponto estratégico, de fácil ligação com o Porto de Rio Grande, Santa Cruz do Sul e Porto Alegre.
O presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Adalberto Antônio da Costa Neto (Beto), defende que uma das maiores preocupações da futura administração será atrair investimentos a fim de evitar que o município se torne apenas um corredor de passagem pela RSC-471. Explica que a cidade, com a conclusão da rodovia, fica no caminho de Rio Grande, fator favorável à instalação de mais indústrias. Observa que hoje há energia elétrica disponível com a nova subestação.
O dirigente da CDL também coloca como um dos desafios da futura administração agregar mais renda à produção primária, em especial à fruticultura, com a industrialização dos produtos no município. Beto afirma que o reflorestamento está próximo do limite da cota máxima da área e hoje o município se constitui em um dos grandes pólos madeireiros no Estado.
EMPREGOS
O presidente do Sindicato Rural (SR), Roberto Brasil Luz, considera como maior desafio do próximo prefeito a geração de empregos. Destaca a necessidade de trazer para o município novas empresas confiáveis. Além disso, Luz afirma que é necessário fazer ou criar algo que tire os jovens das ruas.
Roberto Luz também coloca como desafios da futura administração o asfaltamento do Sambódromo e incentivos para as escolas de samba, que realizam todos os anos o desfile de Carnaval reconhecido como um dos melhores no Estado. O dirigente sindical observa que boa parte da arrecadação de ICMS do município é conseqüência dessa festa. Ele ainda defende maior segurança para a zona central e o interior.
REALIDADE LOCAL
População: 25.032 (estimativa do IBGE/2008)
Total de eleitores: 19.781
Eleitores analfabetos: 1.825
Eleitores menores: 430
Orçamento da Prefeitura/2008: R$ 26.679.165,00
Média do valor da folha de pagamento sobre a receita mensal: 39,40%
Número de funcionários ativos: 653 (contratados, estatutários, celetistas e cargos em comissão)
Número de funcionários inativos: 86
Pensionistas: 10
Dívida fundada: R$ 1.007.659.09 = 3,81% da receita corrente líquida
Valor dos precatórios – por pagar: não há em 2008
Extensão da malha viária: aproximadamente 5,4 mil quilômetros
Fontes: IBGE, TRE e Prefeitura