Obra mais extensa do projeto Linha Verde, que une BH ao Aeroporto de Confins, está na reta final. O quarto viaduto da rodovia será liberado até o fim da semana que vem

A nova MG-010 avança e fica pronta em maio. A obra faz parte da Linha Verde, via expressa que liga Belo Horizonte ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, e o quarto dos sete viadutos na rodovia será liberado ao tráfego na sexta-feira que vem. A estrutura, com 50 metros de extensão, passa sobre a MG-010, no Bairro Jardim da Glória, em Vespasiano, na Grande BH.

A previsão é de que até na primeira quinzena de maio os outros três viadutos e a pista de concreto da Avenida Pedro I, em Venda Nova, fiquem prontos, segundo o engenheiro Cláudio Lima do Nascimento. Ele explica que 90% do trabalho já estão finalizados. Todo o projeto deveria ficar pronto no fim de 2006, mas o excesso de chuvas entre novembro e fevereiro atrapalhou os planos, diz Nascimento. As obras do governo de Minas na MG-10 têm custo de R$ 130 milhões.

O engenheiro afirma que, dos 22,3 quilômetros previstos no projeto, 21 já estão duplicados. Os 28 quilômetros de ruas laterais também foram concluídos, e o tráfego já está liberado. A maioria do trajeto foi sinalizada e iluminada. No total, são sete viadutos, 11 passarelas, uma trincheira, uma ponte sobre o Ribeirão da Mata, em Vespasiano, uma ciclovia de cinco quilômetros e outros seis quilômetros de piso de concreto, que tem início na Avenida Pedro I e se estende até o trevo da MG-424.

“As obras da MG-010 são justamente para receber o incremento do tráfego para o aeroporto. Estimamos que, com a ampliação, a via suportará 60 mil veículos, diferentemente dos 25 mil atuais. A pista já estava saturada e houve a necessidade de crescimento. Já houve a entrega do Bulevar Arrudas e, em maio, está prevista a liberação de toda a MG-010”, afirma Nascimento. As obras da MG-010 começaram no sentido inverso da quilometragem, do aeroporto para o Centro de Belo Horizonte. A rodovia começa a partir do viaduto da Pedro I e vai até o acesso ao aeroporto internacional.

Concreto na pista

Cláudio Nascimento explica que a pista de concreto da Avenida Pedro I será mantida. “Nesse local, havia duas faixas de trânsito de concreto. Por isso, decidimos manter o material, que é muito mais durável que a massa asfáltica. A vida útil do concreto é de 25 anos, enquanto a do asfalto é de 10. Ainda falta sinalizar e demarcar a ciclovia, localizada entre o Bairro Jardim da Glória e Jóquei Clube, assim como asfaltar a trincheira do Bairro Santa Clara e construir a ponte sobre o Ribeirão da Mata. Já estamos na cobertura fina da obra e, nos próximos 60 dias, as intervenções estarão prontas”, afirma.

A construção dos três viadutos, dois de retorno e outro de acesso à Lagoa Santa, custou R$ 15 milhões. Eles estão a cerca de quatro quilômetros de distância um do outro e, juntos, somam 342 metros de via. “A MG-010 é a intervenção mais extensa do projeto . Com as chuvas, houve o atraso. Mesmo assim, as obras estão em bom andamento”, acrescenta. Para a ampliação, foram feitas cerca de mil remoções, ao custo de R$ 25 milhões.

Já foram liberadas oito passarelas de pedestres, entre elas a do Distrito Industrial de Lagoa Santa, Serra Verde, e do trevo de Santa Luzia. “A entrega das passarelas é muito importantes para a população, depois de meses de construção. O trecho concluído mais recentemente é o do entroncamento com a MG- 424 até o Bairro Jardim da Glória, com 1,9 quilômetro. O tempo percorrido diminuiu em 10 minutos”, explica o engenheiro.

Três fases

O projeto da Linha Verde compreende três fases de obras: a cobertura do Ribeirão Arrudas, construção de um viaduto duplo na Avenida Cristiano Machado e a ampliação da MG-010. Na pavimentação de todo o projeto serão usados mais 800 mil metros quadrados de asfalto, o equivalente a 108,5 quilômetros de rodovia em pista simples. Todo o trabalho tem custo aproximado de R$ 250 milhões. O governo estadual estima também que, durante as obras, foram criados cerca de 3 mil empregos. “O objetivo de todo o complexo viário é o de desafogar o trânsito dos corredores urbanos de acesso ao aeroporto internacional”, lembra.

De acordo com o projeto inicial, haverá redução de 45 minutos, no horário de pico, para quem tem como destino Confins. Entre os benefícios principais, estão a redução do custo operacional dos veículos que trafegam na via, aumento na quantidade de turistas que usa o aeroporto e valorização imobiliária da região de Vespasiano.