Dados da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) revelam que o número absoluto de acidentes nos 22 mil km estradas paulistas cresceu 15% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2009.

Foram cerca de 42 mil ocorrências entre janeiro e junho de 2010, média de 7.002 acidentes por mês, ante 36,5 mil em 2009, uma média mensal de 6.090. É o maior número desde o início da série histórica da PRE, em 2003.

A Secretaria Estadual dos Transportes, porém, adota outra metodologia para calcular a evolução no número de ocorrências. O órgão emprega índices que consideram a extensão da malha e o tráfego nas rodovias. Segundo esse critério, o índice de acidentes cresceu de 1,10 para 1,13 entre 2009 e 2010, variação de 3%. Em 2003, o número chegava a 1,29.

A malha rodoviária cobre a maior parte do Estado, que tem apenas 1.050 km de rodovias federais.

Segundo o médico José Montal, vice-presidente da Associação Brasileira de Acidentes e Medicina de Trânsito (Abramet), o aumento no número de acidentes se deve ao descumprimento da lei seca e à expansão da frota.

Crescimento veloz

Porém, entre 2009 e 2010, o número de carros e a população cresceram num ritmo menor. Esses fatores, diz Montal, são geralmente usados para comparar a evolução de ocorrências.

Segundo o Detran, o Estado tinha 19,4 milhões de automóveis em junho de 2009, contra 20,3 milhões agora, um aumento de 4,4%. Já a população aumentou apenas 1,2%, de 41,6 milhões para 42,1 milhões, diz a Seade, fundação estadual de estatísticas.

Para prevenir acidentes nas rodovias, a Secretaria Estadual de Transportes afirma que realiza campanhas, como contra o consumo de álcool e a favor da manutenção de carros, e melhorias em estradas.