Há quatro meses em vigor, a Lei Seca vem ajudando a diminuir o número de acidentes com vítimas fatais nas rodovias federais de Alagoas. De junho até agora, ocorreram 23 mortes nas estradas fiscalizadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Esse número é 50% inferior ao registrado no mesmo período de 2007, quando 56 pessoas morreram. A divulgação sobre as penalidades tem sido de fundamental importância para essa queda, segundo avaliação da PRF.
“Estamos realmente observando um decréscimo na quantidade de acidentes com vítimas fatais. A Lei realmente está fazendo com que as pessoas tenham uma mudança de comportamento e isso reflete nas nossas estatísticas e faz com que os acidentes mais graves diminuam”, disse o inspetor Jeferson Santos, assessor de comunicação da PRF em Alagoas.
Santos revelou que quando as estatísticas são analisadas mês a mês é observado que há períodos em que o número de acidentes superou as ocorrências do ano passado. O assessor da PRF atribui o aumento ao fato de muitos condutores terem “relaxado” após o primeiro impacto causado pela implantação da Lei Seca.
“Quando começou a vigorar, tinha muita divulgação na imprensa, e as pessoas ficaram com medo. Tanto é que nos primeiros meses, diminuiu bem, mas depois teve um aumento. Quando passou aquele primeiro momento, vieram de novo as ocorrências. Mas, é importante que fique bem claro que não temos a intenção de multar, queremos que esses acidentes deixem de acontecer”, afirmou Santos. A maioria dos acidentes registrados pela PRF aconteceu em Maceió e em áreas mais próximas à capital. Para Santos, o aumento no fluxo de veículos na cidade tem contribuído para o crescimento de ocorrências. “Às vezes são pequenas colisões, mas tudo entra para as estatísticas”, frisou.
Nos trechos onde a competência não é da PRF, Santos contou que, quando solicitado, é dado um apoio aos policiais militares para que os procedimentos sejam adotados.
“Algumas vezes as pessoas vêem a PRF no Centro, na orla, e perguntam o porquê disso. Nós vamos dar esse apoio, sempre que é solicitado. Temos os equipamentos (etilômetros) e cedemos para que o pessoal da Militar possa fazer as autuações. Soubemos que o Detran já está adquirindo esses aparelhos”, disse Santos. Quando o condutor, visivelmente embriagado, se recusa a fazer o teste para detectar a quantidade de álcool no sangue, os patrulheiros fazem um termo de constatação de embriaguez e o conduzem à delegacia.
Operações
Assim como acontece em todos os anos, a PRF se prepara para operações nas rodovias visando os condutores que pegam a estrada no Natal e no Ano Novo. Nesse período acontecem muitos acidentes nas rodovias federais, por isso a atenção é redobrada. Em Alagoas, há pontos, já mapeados, que merecerão mais atenção dos patrulheiros.
“Na segunda quinzena de dezembro, já temos a Operação Féria, que vai até fevereiro e engloba Operação Papai Noel, Operação Carnaval. O final do ano é uma época crítica, quando temos muitos casos. Mas, por exemplo, em julho também acontecem muitos acidentes e esse ano não houve um aumento como era esperado. Mas, o importante é que o trabalho vai ser feito no sentido de diminuir esses dados”, afirmou o assessor de imprensa da PRF.
A Lei
A Lei 11.705, mais conhecida como Lei Seca, que altera o Código de Trânsito Brasileiro, está em vigor desde o dia 20 de junho desse ano. O consumo de qualquer quantidade de bebidas alcoólicas por condutores de veículos está proibido. Antes, era permitida a ingestão de até 6 decigramas de álcool por litro de sangue (o equivalente a dois copos de cerveja). Quem for pego dirigindo depois de beber, além da multa de R$ 955, vai perder a carteira de motorista por 12 meses.