A AC-401, hoje AC-475, foi concebida para garantir o escoamento da produção dos milhares de ex-seringueiros instalados em projetos de assentamento e colonização dos governos de Geraldo Mesquita e Joaquim Falcão Macedo.

Naquela época, o Deracre tinha em seus quadros o experiente mateiro Aristeu Pereira da Silva, homem requisitado pelo Exército Brasileiro, por três vezes, para fiscalizar a pé todo o limite do Estado do Acre. “Pau pra toda obra no trabalho”, ele construiu em ramais e estradas mais de 200 bueiros feitos de paxiúba na década de 60 e foi responsável pela montagem dos primeiros 50 bueiros metálicos no Deracre.

Aposentado há anos, Aristeu, muito lúcido, contou há dois anos ao jornalista Pheyndews Carvalho como foi a abertura da primeira picada da antiga estrada. “Iniciamos a picada usando apenas uma vara verde [baliza] para traçar a reta da estrada.”

Aristeu pôs em dúvida a capacidade de um teodolito (aparelho de precisão para traçar estrada) conseguir detectar alguma curva no seu traçado feito a olho nu. “Eu e mais três auxiliares fizemos em doze dias vinte quilômetros. Era tarefa para macho mesmo. Senão esmorecia e largava o trabalho.”

Números da obra

23,8 quilômetros foram asfaltados entre a zona urbana de Acrelândia até o quilômetro 10 de Plácido de Castro

R$ 18,4 milhões é o valor da obra

118 equipamentos utilizados

492 mil metros cúbicos de terraplanagem

16,6 mil toneladas de massa asfáltica utilizadas

10 mil metros cúbicos de brita

1.331 metros de bueiros e galerias

40 metros de ponte sobre o igarapé Santa Helena