A poucos dias da primavera, quando os dias mais quentes deverão aumentar ainda mais o movimento na Rodovia Mogi-Bertioga (SP-98), o Departamento de Estradas e Rodagem (DER), ligado à Secretaria de Estado dos Transportes, informou ontem que o Km 81 (Tobogã) ficará pelo menos mais 60 dias em obras. Ao longo de 15 anos, devido a um desmoronamento de terra, o ponto incomodou os mogianos por causa do afunilamento das pistas formado no local.

Num investimento de R$ 34,6 milhões, entre 2005 e 2007, a estrada passou por várias intervenções de recuperação, quando o trecho finalmente foi reconstruído. Por meio da Assessoria de Imprensa, o órgão estadual informou que as obras hoje em andamento são medidas preventivas para conter infiltrações na pista. O engenheiro e arquiteto José João Mossri, no entanto, discorda.

“Com certeza o trabalho aqui (durante as obras de recuperação já concluídas) foi mal feito. Não é um trabalho preventivo (o atual). Agora sim estão fazendo o trabalho correto”, disse em referência aos serviços que na manhã de ontem eram executados pela empresa Kamilos.

Para o profissional, as medidas hoje em implantação no ponto deveriam ter sido adotadas durante a própria reconstrução das pistas. “É provável que o sistema de drenagem tenha entupido por não estar adequado. A calha está com tamanho insuficiente para um volume tão grande de água como o deste ponto”.

Ontem, porém, o engenheiro elogiou as providências que estavam sendo executadas. “Veja que o trator está colocando rachões (blocos de concreto) para proteger a encosta. Também foram implantados blocos verticais redondos, com cerca de 30 centímetros de diâmetro, que ficam bem profundos na terra e estão bem próximos uns dos outros. Eles contêm a ação da água”.

Mossri reforça que os serviços hoje em andamento deveriam ter sido concluídos anteriormente porque o trecho é, na opinião dele, um dos mais críticos para o trânsito. “Certamente foi realizado um estudo geológico. Ainda mais em um lugar onde já houve uma erosão grave no passado, que foi justamente a que eliminou um pedaço das pistas”, diz.

A fim de melhorar o trânsito, acredita, cerca de 15 atuais curvas poderiam ser eliminadas ou amenizadas. “Seria uma maneira de aliviar o tráfego, além de contribuir para a redução de acidentes”, diz.

Mesmo reconhecendo que seria difícil a obra sair do papel, devido principalmente às restrições impostas pela legislação ambiental, Mossri defende a duplicação da Mogi-Bertioga (SP-98). “Comenta-se que em dez anos Mogi das Cruzes alcançará um milhão de habitantes. Podemos notar a grande quantidade de novos loteamentos nos arredores da estrada. São casas de médio e alto padrão, que terão pelo menos dois carros em cada garagem. Estes são fatores que, nos próximos anos, tornarão ainda mais complicado o tráfego na Rodovia. As pessoas estão descobrindo Mogi, por causa da proximidade com o litoral e com a Capital”, diz.

Para ele, são necessárias instalações de baias nos arredores do quilômetro 80, pouco antes do Tobogã. “Neste ponto o acostamento é muito estreito. É preciso ampliar a área para veículos em emergência. No trecho urbano, há ambulantes atuando muito perto das pistas. Uma distância de pelo menos dez metros traria mais segurança”.

Novas obras

Está prevista para ser concluída neste mês a licitação para novas obras na Rodovia Mogi-Bertioga (SP-98), conforme informações prestadas a O Diário pela Assessoria de Imprensa do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), ligado à Secretaria de Estado dos Transportes, na semana passada. Cerca de R$ 8,8 milhões serão destinados às melhorias no acostamento e construção de áreas de recuo. Entre os quilômetros 67,8 e 77,4 (Planalto) haverá pavimentação e inserção de acostamentos. Entre os quilômetros 67 (planalto) e 92 (começo da Baixada) serão inseridas baias para estacionamento. Ao custo de aproximadamente R$ 4,3 milhões, será construída uma segunda ponte ao lado da que já existe sobre o Rio Guacá. A estimativa é a de que as obras consumam 10 meses de serviços.