SERÁ QUE SAI?

Dados fazem parte de estudo do governo federal divulgado a empresários pelo senador Carlos Viana

A duplicação da BR-381, conhecida como a rodovia da morte, é esperada pelos mineiros há cerca de 20 anos. Nos próximos meses, a obra terá uma nova expectativa de sair do papel. Mas isso depende de um projeto de privatização que vai custar caro no bolso dos motoristas que passam pela via.

O estudo do governo federal para a concessão de trechos da estrada foi apresentado nessa sexta-feira (14) pelo senador Carlos Viana a empresários mineiros durante um encontro em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

De acordo com o parlamentar, o projeto do Ministério da Infraestrutura prevê audiências públicas nas cidades que serão afetadas pelos pedágios, que podem custar de cerca de R$ 9,50  a R$ 13,74 a cada 50 quilômetros.

Pela tabela apresentada por Viana, o projeto prevê até 11 praças de cobrança, isso no caso de a BR-262 também entrar no pacote. Os postos serão nos municípios de Caeté, João Monlevade, Itabira, Belo Oriente, Periquito, São Domingos do Prata, Manhuaçu, Martins Soares, Ibatiba, Venda Nova dos Imigrantes e Viana.

Viana disse que os interessados deverão opinar se preferem a inclusão do projeto até Governador Valadares, na Região do Vale do Rio Doce, ou se as intervenções serão estendidas pela BR 262, até o Espírito Santo.

“O governo abre audiências públicas já no segundo semestre. A ANTT, nas próximas semanas, vai definir as datas nas cidades onde teremos postos de pedágio. Aí a população poderá responder se deseja e qual a tarifa que gostaria de pagar ou está disposta a assumir”, disse.

O senador mineiro defendeu que as duas estradas sejam incluídas no projeto de privatização. De acordo com ele, o estudo pronto prevê o pedágio de R$ 13,74. Mas, de acordo com ele, uma experiência no Rio Grande do Sul, mostrou ser possível reduzir a tarifa em 20%, chegando a R$ 9,50.  “É alto porque temos uma rodovia com muitas curvas, muitos viadutos e obras”, justificou.

Viana afirmou ter conversado com o ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas sobre o impacto do pagamento do pedágio para os motoristas sem que eles vejam melhorias, já que a duplicação pode demorar de sete a 15 anos. “O ministro concordou e devemos caminhar para uma tarifa dinâmica”, disse.

A ideia dessa tarifa é que os pedágios comecem com um valor inicial e passe a ter a “tarifa cheia” quando houver a duplicação. Questionado se pagar R$ 50 para chegar de Belo Horizonte até Governador Valadares não seria muito caro, Viana disse que o motorista é quem deve dar a resposta nas audiências públicas.

“Eu entendo que um pneu furado vale muito mais do que R$ 50. Um acidente numa rodovia, como a que temos hoje até João Monlevade, não há preço que pague o trauma na família”, disse.

Fonte: Estado de Minas