Recuperação do asfalto deixa trânsito lento entre o Viaduto da Mutuca e trevo de Macacos,no sentido BH-Rio, exigindo muita paciência de motoristas. Trabalho pode durar até 15 dias
Os motoristas que precisam trafegar pela BR-040, no sentido Belo Horizonte/Rio, devem ficar atentos e ter muita paciência, pois uma obra de recapeamento do asfalto deixa o trânsito bastante lento no trecho entre o Viaduto da Mutuca, na saída da capital, e o trevo de São Sebastião das Águas Claras, distrito de Nova Lima, mais conhecido como Macacos. Os condutores que passaram ontem pelo local foram surpreendidos com a obra e gastaram mais de uma hora para percorrer apenas cinco quilômetros. O Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit), órgão responsável pela administração das rodovias federais, informou que os operários e as máquinas ficarão na pista por uma semana. Mas o transtorno pode ser bem maior: o técnico de segurança da empresa responsável pelo serviço Ronaldo Tadeu Lopes acredita que o trabalho poderá durar até 15 dias.
O novo caos na BR-040 tem hora marcada: a obra ocorre, diariamente, das 7h às 16h30, quando duas das três pistas ficam fechadas para o recapeamento. Por volta das 14h de ontem, a retenção chegou ao viaduto sobre o Anel Rodoviário, no Bairro Olhos D’Água, e exigiu uma intervenção da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que interrompeu, por alguns minutos, parte do serviço da empreiteira. Uma das duas faixas que haviam sido fechadas foi liberada para o tráfego, o que desafogou um pouco o congestionamento. A solução paliativa, contudo, não diminuiu a irritação dos condutores e passageiros. Alguns precisaram chamar o reboque, pois o calor e a baixa velocidade obrigaram os motoristas a usar apenas a primeira marcha, aquecendo o motor dos veículos.
Alguns carros ficaram no meio do caminho, como o do representante comercial Valdemir Pimenta, de 57 anos. Ele estava indo para Leopoldina, na Zona da Mata, a 322 quilômetros de Belo Horizonte, e teve que adiar a viagem para hoje. “O congestionamento provocou o excesso de aquecimento e o carro parou. Agora, será rebocado para BH. A viagem que programei só continuará amanhã. Há mais de uma hora aguardo o reboque”, lamenta o condutor. Valdemir avalia que a obra é importante para recuperar o desgastado asfalto do trecho, mas defende que os operários e as máquinas trabalhem depois do pôr-do-sol. “O fluxo de carros e caminhões é muito menor à noite”, justifica, enquanto aguardava o socorro lendo um livro.
Os carros com defeitos aumentaram o caos no trecho. Alguns condutores, irritados, decidiram voltar para a capital, mas fizeram o retorno sobre o canteiro central, pondo em risco a própria vida e a de terceiros. Outros, também imprudentes, trafegaram pelo acostamento. A irresponsabilidade de um caminhoneiro quase provocou um sério acidente: “Alguns motoristas, principalmente carreteiros, não obedecem à sinalização. Um entrou no meio da obra e quase atropelou quatro pessoas. Há aqueles que passam em alta velocidade”, alertou o técnico em segurança.