O início de mais uma operação tapa-buracos, no trecho Marília-Ourinhos da rodovia Transbrasiliana (BR-153), foi recebido como uma “aceitável medida” pelo Procurador da República Jefferson Aparecido Dias, que na semana passada chegou a pedir à Justiça Federal a prisão dos diretores dos órgãos responsáveis pela estrada. O abandono da rodovia representa prejuízos para a economia regional e gera um desafio logístico para o setor de transporte.
O caminhoneiro catarinense Alexandre Muller, de 30 anos, percorre o trecho caótico da BR-153 rotineiramente e acumula prejuízos com a falta de investimentos na estrada. Conforme explica, várias empresas (como a que trabalha) remuneram os motoristas de acordo com as despesas do frete. “Há uma meta de consumo para que a gente tenha direito a uma comissão de 10%. Quando passo por aqui, já posso esquecer a comissão”, lamentou o caminhoneiro.
O aumento do tempo de viagem e de combustível, o desgaste das peças e os riscos de acidentes são companheiros de viagem em um longo trecho paulista da BR-153. Para o motorista, as obras da operação tapa-buracos, iniciadas esta semana, podem minimizar os problemas mas devem ser seguidas de medidas mais concretas. “Se não fizerem o recapeamento certinho, não adianta. Os buracos vão surgir novamente”, prevê com experiência o catarinense.
A preocupação é a mesma do Procurador da República em Marília, que pretende acompanhar os esforços do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit) na recuperação das condições de tráfego na rodovia. “Já é o primeiro passo, mas esperamos que haja seqüência nas obras e uma solução a longo prazo”, observou Jefferson Dias.
O Dnit dividiu os trechos de obras na região sudeste em três lotes; o setor compreendido entre Marília e Ourinhos, com extensão total de 92 quilômetros, será executado pela empresa Sanches Tripoloni Ltda e deve custar ao Governo Federal cerca de R$ 13,1 milhões. O órgão responsável pela rodovia não informou a previsão para o término das obras definitivas.