Principal impasse se refere às três praças entre Guaíba e Osório, na BR-290

Estado e União intensificaram as negociações nesta semana, mas ainda não fecharam acordo para que a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) assuma a manutenção da freeway. O principal impasse é referente ao valor que a estatal cobraria nas três praças de pedágio da BR-290, entre Guaíba e Osório para bancar os serviços na via.

A EGR não abre mão de incluir na conta as obras necessárias para a recuperação de trechos do pavimento que se degradaram no último mês. Nos bastidores, ministros gaúchos ligados ao presidente Michel Temer tentam acelerar um entendimento.

Após dois dias de reuniões em Brasília, representantes do Piratini voltaram ao Rio Grande do Sul na noite desta quarta-feira (1º/8) afirmando que as conversas seguirão nos próximos dias. Novas configurações de contrato deverão ser consideradas, embora o governo estadual mantenha a posição de não resumir sua atuação apenas a uma operação de tapa-buracos.

 Estamos em sessão permanente. A discussão está nos detalhes. O valor sugerido para o pedágio ainda não atende às necessidades da EGR — relata o secretário Estadual dos Transportes, Humberto Canuso.

A proposta da empresa prevê o oferecimento de todos os serviços disponibilizadas pela Concepa até 3 de julho, quando acabou a concessão. Entre eles estão socorro médico, guincho e manutenção do asfalto. Para atender à demanda, as tarifas sugeridas ficariam entre R$ 6 e R$ 7 nas praças de Eldorado do Sul e Santo Antônio de Patrulha e entre R$ 3 e 3,40 em Gravataí. O governo federal trabalha com os preços de R$ 4 e R$ 2, respectivamente.

A principal preocupação da EGR é não conseguir arcar com os custos da freeway apenas com a arrecadação nas cancelas. Questões legais obrigam a estatal a investir tudo o que recebe nos pedágios na própria rodovia, não podendo transferir recursos entre as estradas.

Para agilizar uma solução, os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Secretaria de Governo, Carlos Marun, ambos gaúchos, estão em contato permanente com representantes da EGR e do Ministério dos Transportes. A principal preocupação é que a demora cause danos ainda maiores ao pavimento. Na última semana, reportagem de GaúchaZH percorreu a via e encontrou quase 300 buracos , menos de um mês após o término do contrato com a Concepa, apesar do contrato de concessão prever que o piso deveria durar oito anos após o final do vínculo.

Caso os custos para manutenção se elevem para a companhia que assumir a conservação do trecho, a análise é de que o impacto também chegará ao bolso do usuário.

Fonte: www.gauchazh.clicrbs.com.br