Em relação aos acidentes de trânsito, em 2004, os homens foram as principais vítimas, com 32,6 mortes por 100 mil habitantes, contra 7,2 a cada grupo de 100 mil de mulheres. Neste mesmo ano, os índices mais altos de morte no trânsito foram registrados em Santa Catarina (32,3), Paraná (31,0) e Goiás (30,1). A terceira edição dos Indicadores de Desenvolvimento Sustentável de 2008 (IDS) do IBGE mostra que o País teve os avanços mais significativos na área econômica. Nas questões sociais há algumas restrições como a violência nas áreas urbanas, que ainda é preocupante, segundo o estudo. Em relação à questão ambiental, a pesquisa revela aumento do desmatamento e da poluição do ar.

Os números do trânsito mostram como a violência cresce no Estado, e em particular na Capital, que também tem uma particularidade. A maioria dos acidentes envolvem as motocicletas. O levantamento oficial do Corpo de Bombeiros confirma que quase 50% dos acidentes de trânsito em Curitiba envolvem motos. Estas, por sua vez, representam apenas 9,5% da frota de veículos existentes da Capital, que ultrapassa um milhão de unidades. São cerca de 110 mil motocicletas e motonetas circulando pelas ruas da cidade.

Os números mais alarmantes são os acidentes entre motos e automóveis, que perfazem 31% do total. Nos cinco primeiros meses do ano foram calculados 1.694 acidentes entre os dois meios de transporte, que deixaram 927 pessoas feridas e seis mortos. Até agora, foram computados pelo Corpo de Bombeiros, conforme números vindos do Siate, 5.309 acidentes em Curitiba e destes, 2.481 foram com motos.
Nos primeiros meses deste ano foram 12 mortes computadas envolvendo motociclistas. Os 86 acidentes entre caminhões e motos fizeram quatro vitimas, e outras duas em colisão com bicicleta e ônibus. Foram mais de 510 quedas de motos.
O Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) afirma que 91% dos acidentes acontecem em cruzamentos sinalizados, e a principal causa todos já sabem, a imprudência do motorista ou condutor.

Em 2007, foram registrados 5.752 acidentes envolvendo motos, uma média de 479 casos por mês. O mesmo cálculo em 2008 aponta um aumento de 17 colisões por mês, com 496 casos. Se os números se mantiverem, serão ao menos 200 acidentes a mais ao final do ano. Os acidentes com motos fizeram, até agora, 1.866 feridos em Curitiba, uma média de 13 por dia.

Economia — Estudos de especialistas em acidentes de trânsito apontam, ao mínimo, seis falhas na formação dos motociclistas. Entre elas, as aulas de avaliação em circuitos fechados, que ensinam somente a se equilibrar e a falta de ensino de acelerações e frenagens bruscas, comuns no dia-a-dia do trânsito, são as mais graves.
O setor de motocicletas movimenta aproximadamente R$ 1,35 bilhão por ano somente em Curitiba, segundo estimativasa do setor. No Paraná, esse número pode ser quadruplicado. O mercado movimenta mais de R$ 280 milhões em salários com motoboys, R$ 150 milhões com revendas de motos usadas e mais de R$ 200 milhões em impostos.