O deputado Luiz Castro (PPS) manifestou preocupação, ontem, no plenário da Assembléia Legislativa com relação à cobrança de pedágio por parte dos indígenas que estão ameaçando os motoristas que passam na BR-230. Independente de sua condição econômica ou social, o parlamentar informou que os carros de menor porte são obrigados a pagar R$ 50, os maiores R$ 70. A cobrança está causando revolta às pessoas que dependem da Transamazônica, trecho entre Humaitá e Jacareacanga, envolvendo Apuí e a Vila do Matupi, prejudicando um universo de 60 mil pessoas.
Segundo Castro, transformar protesto em extorsão depõe contra a própria causa indígena, haja vista que tais pessoas, entre as quais, caminhoneiros, pequenos fazendeiros, agricultores são obrigadas a pagar o valor exigido. “Algumas pessoas estão trocando relógio por pedágio para poder chegar às suas cidades”, mencionou o deputado, defendendo que são pessoas que não têm culpa da Funai (Fundação Nacional do Índio), o Ministério da Justiça, enfim, o governo federal não ter atendido as reivindicações dos povos indígenas da área.
O deputado alega ser profundamente errado os índios cobrarem de quem não tem culpa de os nativos não terem atendidas suas reivindicações junto ao governo federal ”, justificou Luiz Castro, lembrando ser a estrada semi-abandonada, em precárias condições, onde os motoristas não têm acesso fluvial, cuja única via de transporte é a estrada”, assinalou.
Para Castro, é preciso haver um diálogo rápido, para que o governo do Estado tome uma posição em conjunto com a Fepi (Fundação Estadual de Política Indigenista), e a Coordenação das Coiab (Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira) se articule, faça uma intermediação para que os índios não percam a credibilidade. “Não podemos confundir a causa indígena com a prática de extorsão para com pessoas inocentes”, disse, defendendo que o movimento tinha o princípio da legitimidade, ou seja, cobrança ao governo federal em relação a uma série de reivindicações que os indígenas haviam feito e que não foram atendidas.