A tarifa da nova praça de pedágio da Rodovia Governador Adhemar Pereira de Barros (SP-340), que liga Campinas ao Sul de Minas, prevista para ser construída no km 152, em Mogi Mirim, será mais cara que o valor cobrado na praça de Jaguariúna após o desmembramento da cobrança da última em dois trechos.

Um estudo preliminar feito pela Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp) definiu que o valor será de R$ 4,60 em Mogi Mirim e R$ 3,30 em Jaguariúna. A tarifa será reajustada no dia 1º de julho de acordo com o índice IGP-M/FGV, e por isso o valor será alterado. A definição final do preço só será dada após a conclusão do cálculo da Artesp em relação ao trecho de cobertura de cada praça e a quilometragem que ela representa.

A concessionária Renovias tem até 15 de julho para começar os serviços e as obras relativas da implantação das cabines do pedágio em Mogi Mirim, segundo decreto publicado pela Artesp no Diário Oficial do Estado de São Paulo do dia 19 de julho. No despacho, a agência autoriza a implantação da praça no km 152 nos dois sentidos da SP-340, contanto que se faça o desmembramento e a “reconfiguração tarifária” da praça em Jaguariúna, no km 123. A assessoria de imprensa da Artesp garantiu que a soma das tarifas nas duas cidades não vai ultrapassar os atuais R$7,90 cobrados em Jaguariúna (que serão reajustados no próximo mês).

Em nota, a Renovias informou que tomou conhecimento, pelo Diário Oficial do Estado, sobre a deliberação do conselho diretor da Artesp, de 17 de junho de 2010, tratando da implantação de uma nova praça de pedágio no quilômetro 152 da SP-340 e que aguarda as determinações da agência para tomar as medidas pertinentes e necessárias.

Uma audiência pública para discutir a instalação da nova praça de pedágio na Rodovia Governador Adhemar Pereira de Barros foi realizada na noite de quarta-feira (23) na Câmara de Vereadores de Mogi Mirim. Um ofício está sendo redigido pela casa e deve ser protocolado no Ministério Público na tarde desta quinta-feira. O pedido da reunião foi feito pela vereadora Márcia Rottoli (PT). Ela defende o valor do pedágio, mesmo com a divisão com Jaguariúna, será muito alto. “As pessoas que moram em Mogi Mirim e trabalham em Holambra, por exemplo, serão prejudicados. Além disso, já existe um pedágio na rodovia que liga Mogi Mirim e Itapira. Em um trecho de 15 quilômetros, o motorista para R$ 5,00 por sentido. A cidade está ficando ilhada”, justifica a vereadora Márcia Rottoli. Ela aponta também prejuízos no comércio, já que muitas mercadorias vendidas de uma cidade para a outra ficariam mais caras. Não há um levantamento da Associação Comercial da cidade sobre os reflexos.

O coordenador do Movimento Estadual Contra os Pedágios Abusivos do Estado de São Paulo, José Matos, explica que a política de concessão das rodovias paulistas está sendo discutida em várias cidades, já que apresentam características diferentes, mas que defendem a mesma proposta: a mudança da cobrança de tarifa fixa para o pagamento da quilometragem rodada pelo veiculo. “O pedágio deve ser como uma relação de consumo: pagar pelo o que se usa. E não por vários quilômetros que não são percorridos, como acontece na maioria das estradas do Estado de São Paulo”, ressalta.

Manifestação na Rodovia Santos Dumont
O Movimento Estadual Contra os Pedágios Abusivos do Estado de São Paulo promete fechar a Rodovia Santos Dumont (SP-75) no dia 1º de julho para protestar contra as tarifas da praça de Indaiatuba, no quilômetro 60, cobrada a R$ 8,80 em cada sentido. De acordo com o coordenador do movimento, José Matos, outros bloqueios serão feitos nas estradas paulistas no mesmo dia.