Motoristas que trafegam pela BR 101, de norte a sul do Estado, encontram trechos precários, tamanha a quantidade de buracos e desnivelamentos do asfalto. A partir de 2010, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) promete acabar com essa realidade, com a concessão dos 461 km de BR 101 que cortam o Estado. Mas essa melhoria não ficará barata para o condutor que vai passar a pagar pedágio variando entre R$ 4,00 e R$ 6,00. E pela quilometragem, a concessionária poderá instalar até seis praças de cobrança.
Segundo o presidente da ANTT, Bernardo Figueiredo, a cobrança do pedágio só passa a valer depois que a empresa que ganhar a concessão fizer as primeiras intervenções na pista como recapeamento de asfalto e melhorias na sinalização.
“A empresa só vai cobrar o pedágio na medida em que ela estiver cumprindo a obrigação dela que é colocar a rodovia em condições adequadas ao tráfego. O usuário vai pagar o pedágio, mas em compensação vai circular com custos mais baratos como a manutenção do veículo e o tempo. A cobrança do pedágio nunca acontece antes do sexto mês”, garantiu o presidente da ANTT.
25 anos
Figueiredo contou que a empresa que apresentar o menor valor para cobrança do pedágio é que ganhará a concessão. Grupos estrangeiros, além das empresas brasileiras, já estão interessados em brigar pela administração. O grupo empresarial que ganhar o direito de explorar a rodovia vai ter que arcar com todos os investimentos e melhorias nos 25 anos de concessão.
“O atual Governo fez uma alteração na forma de contratar concessões. Não estamos contratando mais conjunto de obras, mas sim qualidade da rodovia. O concessionário vai ser obrigado a realizar todos os investimentos necessários para que a rodovia tenha uma qualidade que nós vamos definir. Essa qualidade se fundamenta em três variáveis: a qualidade do pavimento, a capacidade da rodovia para suportar o tráfego que nela passar e a segurança ao usuário. A ANTT vai monitorar todos os padrões de qualidade que estiverem no contrato”, afirmou Figueiredo.
Critérios
Um estudo comandado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social vai apontar as viabilidades do trecho. E uma delas é quanto as duplicações. Figueiredo afirmou que a duplicação da pista vai acontecer nos trechos de maior tráfego e interesse da sociedade. A duplicação, de acordo com o presidente, vai ser a segunda etapa de trabalhos da concessionária e podem acontecer em até seis anos. Um trecho que terá prioridade, segundo ele, é o que liga o município da Serra ao trevo, situado em João Neiva, que faz a ligação com a BR 259, que leva a Colatina.
“Tem dois critérios que definem o cronograma de uma duplicação: o primeiro é o volume de tráfego e o segundo é o interesse da sociedade em ter essa intervenção por alguma razão. Podemos ter uma duplicação pelo fato de ser um elemento importante para o desenvolvimento do Estado. Mas com certeza faremos duplicações quando o volume de tráfego exigir que haja esse aumento de capacidade”, disse o presidente da ANTT.
Em junho deste ano, técnicos da ANTT vão realizar audiências públicas em cidades cortadas pela 101, apresentando à população os resultados do estudo e ouvindo deles o que pode ser feito de melhoria na BR. O edital de contratação da empresa concessionária será lançado em outubro. Em janeiro de 2010 o contrato será fechado. A partir do momento de assinatura do contrato de concessão, as obras do Dnit ao longo da 101 serão paralisadas.