A Rodovia SC-401, que dá acesso do centro da cidade ao norte da Ilha, está aos poucos se transformando numa verdadeira “rodovia da morte”, com um número crescente de acidentes e fatalidades a cada ano. Segundo dados da Polícia Militar Rodoviária, somente entre janeiro e abril deste ano ocorreram quatro mortes no trecho de 20 quilõmetros de Canasvieiras ao Itacorubi, o dobro do mesmo período do ano passado, quando houve duas vítimas fatais no local. O número de feridos passou de 89 para 105, aumento de 17,98%. O número total de acidentes chegou a 278 no primeiro quadrimestre de 2008, o que representa um crescimento de 6,92% sobre o período janeiro-abril do ano passado (260 acidentes).Foi registrado um total de 77 desastres automobilísticos com vítimas, dois a mais que em 2007. Os dados sem dúvida têm relação com o forte aumento do trânsito de veículos na rodovia. O Departamento de Infra-Estrutura (Deinfra) de Santa Catarina estima que o movimento na estrada cresceu cerca de 12% em relação ao ano passado.

O presidente do Deinfra, engenheiro Romualdo de França Júnior, explica que, de acordo com os boletins de ocorrência da polícia rodoviária, a grande maioria dos acidentes que ocorreram na SC-401 são em função do desrespeito aos limites de velocidade e do excesso de acessibilidade direta na rodovia. “Claro que o aumento significativo do volume veícular faz crescer a probabilidade de acidentes, mas a rodovia carece mesmo é de ser adequada ao meio urbano, com áreas específicas de acesso, calçadas, ciclovias, semáforos entre outros dispositivos urbanos”, analisa o presidente do Deinfra.

“Não podemos desconsiderar que a depredação da sinalização é um fator de risco, mas o Deinfra tem conseguido substituir em tempo o material que é danificado, não tem havido registros de acidentes por este motivo”, garante Romualdo. Ele afirma que as condições da pista de rolamento também carecem de um melhor tratamento, mas têm se comportado de forma adequada, e os problemas pontuais de ocorrências por fortes chuvas tem recebido o tratamento tão logo se apresentam. Uma das grandes carências da rodovia é a complementação das obras de duplicação, que ainda depende da realização de um acordo entre o governo do Estado e a empresa Linha Azul, que deverá receber uma indenização pelos investimentos feitos na rodovia, já que ela não pôde efetuar a cobrança de pedágio, como foi previsto na proposta original.