A Subsecretaria Estadual Antidrogas lançará edital com oferta de R$ 20 mil para projetos de pesquisa sobre direção e álcool. A idéia é estimular a academia a pensar sobre os impactos da nova legislação de trânsito brasileira, que penaliza motoristas flagrados dirigindo com qualquer índice de álcool no sangue. “Ainda se trabalha com muito ‘achismo’, não há linha de pesquisa específica que discuta o fenômeno”, explica o subsecretário Clóvis Benevides, que prevê um prazo mínimo de seis meses para a desenvolvimento dos estudos.
O edital será divulgado em instituições de ensino até o fim de agosto, mesmo período em que o órgão pretende lançar uma campanha publicitária voltada para motoristas e donos de estabelecimentos comerciais que vendem bebidas alcoólicas. “O que faltava à legislação é uma grande campanha pedagógica que fale aos motoristas não apenas sobre os riscos de sofrerem acidentes e serem penalizados”, defende Benevides, que já teria aprovado as peças finais da campanha, orçada em R$ 200 mil.
Ele alerta sobre a importância de sensibilizar os donos de bar para a importância da lei como forma de preservar a integridade de seus clientes, não como motivo de prejuízo para os negócios. “Há estabelecimentos que não tiveram redução de faturamento porque ofereceram alternativas de transporte. É uma atitude clara de comprometimento com a responsabilidade social, em favor da atividade comercial e da vida das pessoas”, lembra o subsecretário.
O chefe de supervisão operacional da Diretoria de Meio Ambiente e Trânsito da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), o coronel José Carlos da Cunha, prepara com a equipe uma análise geral dos impactos da Lei Seca nas 14 companhias de trânsito do estado. A idéia é reunir os dados estatísticos de acidentes e episódios envolvendo motoristas embriagados entre 20 de junho e o fim de julho, para comparar os números com o mesmo período do ano passado. Ministério Público e Judiciário serão chamados a refletir sobre o tema.
“A legislação é nova, por isso encontra defensores e também gente que já aponta falhas na legislação. O período de implantação serve para abrir um debate importante na sociedade”, defende o policial militar. Sua proposta é discutir para chegar a um acordo sobre o que seria a “visão de Minas sobre a lei; onde ela é efetiva e o que precisa mudar”, explica o coronel.