A Polícia Civil de Cristal já identificou o homem que agrediu o caminhoneiro Renato Lange Krolow, de 44 anos, morto na quarta-feira (3) à noite, ao não aderir ao protesto da categoria, na BR-116. Ao prestar depoimento na tarde desta sexta-feira, C.H.L.A., de 32 anos, admitiu ter dado um soco no rosto do pelotense; versão confirmada por parte das outras sete pessoas que também já foram ouvidas. Nas imagens capturadas por um caminhoneiro de São Paulo – embora não seja possível reconhecer possíveis envolvidos na confusão – ouve-se uma voz afirmar: “Dei uns 30 socos nele”.

C.H.L.A. prestou depoimento e foi liberado. Até o momento o delegado Armando Selig não definiu em qual crime enquadrá-lo, mas o caso segue investigado como homicídio doloso, quando há intenção de matar. “Preciso ter o resultado da necropsia feita pelo DML de Camaquã para poder dizer qual foi realmente a causa da morte”, explicou.

É preciso certificar-se se Renato Krolow morreu em consequência da agressão física sofrida no posto de combustíveis, se foi devido ao pedaço de asfalto (de 932 gramas) que perfurou o para-brisa e o atingiu na região da traqueia, se foi em função dos dois atos de violência juntos ou, em consequência de uma terceira causa – argumentou o delegado. “Acredito que na segunda-feira já possa ter alguma novidade da necropsia. Aí vou saber como enquadrar esse rapaz que confirmou ser o autor da agressão”, reforçou Selig.

Em aberto
Até a tarde desta sexta a Polícia Civil ainda não possuía pistas da autoria de quem arremessou o pedaço de asfalto, a cerca de sete quilômetros de distância do posto. Apesar da falta de elementos, o delegado acredita na participação de manifestantes, já que durante a mobilização dos caminhoneiros na região – deflagrada na terça-feira -, a prática de apedrejamento contra os colegas que furavam as barreiras mostrava-se comum, inclusive com perseguição dos veículos.

Saiba mais
Renato Krolow – embora registrado Kranlow – retornava de Porto Alegre, onde havia entregue carga de recicláveis. O filho Eduardo, de 19 anos, viajava em sentido contrário para levar nova encomenda à capital gaúcha. No caminho, os dois falaram-se por telefone e decidiram inverter os rumos. Em função dos manifestos, o pai preferia que o filho retornasse para casa, na Santa Terezinha, em Pelotas, e, então, trocaram de caminhões.

Depois de ser vítima de agressão no posto, Renato chegou a ser escoltado pela PRF – para poder procurar atendimento e registrar a ocorrência -, mas ainda assim o pior não foi evitado. Renato era casado com Loiva e tinha dois filhos: Eduardo e Vanessa. O sepultamento ocorreu na tarde de quinta-feira, na Colônia Santo Antônio, 7º distrito de Pelotas. Ele frequentava a localidade devido aos vínculos com a Paróquia do Amor Divino, da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil.