A Polícia Rodoviária Federal, em parceria com os ministérios da Saúde, da Justiça e o governo federal, começa a divulgar nas estradas a partir de hoje uma nova campanha com o intuito de fazer um alerta para o cuidado que os caminhoneiros devem ter ao exercerem seu trabalho e os cuidados que a população em geral deve ter ao consumir bebidas alcoólicas e pegar a estrada.

A campanha, que tem como slogan “Quem pega a direção depois de beber pode pegar de 6 meses a 3 anos de cadeia”, terá em Rio Grande a colocação de faixas alusivas ao tema nos postos policiais da balança e da Vila da Quinta e a entrega de folderes explicativos junto às praças de pedágio e ao posto policial da Vila da Quinta.

No material, os órgãos informam que a Polícia Rodoviária Federal reforçou a fiscalização nas estradas e também comunica que o motorista que beber o equivalente a uma lata de cerveja ou um cálice de vinho e for pego pelo bafômetro será punido com a multa de R$ 957.70 e receberá sete pontos na carteira, não podendo dirigir por um ano. No folder, também estão sendo informadas as punições para dosagens maiores de consumo de bebidas.

Dados
A combinação “álcool e direção” voltou, em março, ao mesmo patamar registrado antes da lei seca, em vigor desde junho de 2008. Pesquisa do Ministério da Saúde revela que o percentual de brasileiros que dirigem após beber só tem crescido. Em março, chegou a 2,6%. Em julho de 2007, era de 2,2%. Em julho de 2008, já após a lei seca, era de 1,3%.

Os dados estão divididos por capitais e têm, como base, declarações de 54 mil entrevistados da pesquisa da Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico). Na média nacional, o resultado mostra uma reversão na tendência de queda. Mas há exceções. São Paulo, por exemplo, é a penúltima na lista da inconsequência no trânsito, com 0,8%. A capital perde para Porto Alegre (0,7%). A campeã do abuso é Boa Vista (3,3%).

De acordo com o Ministério da Saúde, em 2007 os acidentes de trânsito tiraram a vida de 36.465 pessoas. “Essas mortes são evitáveis e, além da associação entre consumo de bebida alcoólica e direção, podem ser atribuídas ao excesso de velocidade, à falta de manutenção nas vias e dos veículos, falta de uso de equipamentos de proteção como cintos de segurança na frente e atrás, cadeiras de restrição para crianças e capacetes apropriados, desrespeito às leis de trânsito, entre outros”, afirma a coordenadora geral da Vigilância de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis do Ministério da Saúde, Deborah Malta.