Quase metade dos veículos que passa pela estrada é de caminhões. Cerca de 6% deles transportam produtos que oferecem riscos.
Quase metade dos veículos que trafegam pela Via Dutra é de caminhões e 6% deles levam cargas perigosas. Segundo a concessionária que administra a rodovia, 70% desses caminhões têm algum tipo de irregularidade. Na manhã de quarta-feira (24), uma blitz na rodovia, em Roseira, a 169 km de São Paulo, vistoriou os caminhões e deu orientações aos motoristas.
Um parafuso solto, cortes no pneu ou uma rachadura minúscula na carroceria. Detalhes que têm muita importância quando o veículo está transportando produto inflamável ou tóxico. “É um parafusinho, mas faz diferença no contexto total. É perigoso o parafuso cair e fazer a carga tombar na rodovia”, diz Edson de Jesus, técnico de operações que realiza a vistoria nos veículos.
A fiscalização de cargas perigosas é feita pela Polícia Rodoviária Federal e a NovaDutra, concessionária que administra a estrada, no trecho de Roseira. A operação vem sendo realizada, pelo menos, duas vezes por mês na rodovia. Até agosto desse ano, foram vistoriados 288 caminhões desse tipo na Dutra e 70% deles tinham algum tipo de irregularidade.
“A gente inspeciona a condição do veículo, a condição do tanque, como está sendo transportada a carga, pois, quando acontecer um acidente, é primordial que tudo isto esteja certo para a segurança do motorista e do policial que vai atender a ocorrência”, declarou o inspetor da PRF, Gilson de Almeida.
Caminhões que transportam cargas perigosas são minoria nas rodovias. Na Dutra, eles representam 6% da frota. Mas acidentes com esse tipo de veículo costumam ser de alto risco. Por isso, os fiscais são tão rigorosos em relação à manutenção.
De acordo com a concessionária, a vistoria visa diminuir os acidentes envolvendo cargas inflamáveis. Foram 44 até agosto desse ano, contra 52 acidentes em todo o ano passado, sendo que 21 deles ocorreram no trecho paulista. Em nove casos, a carga foi derramada ou explodiu.
“Com freqüência, realizamos essas blitze, as condições dos veículos têm melhorado. Com receio dos veículos serem multados, as empresas deixam os caminhões em melhores condições de manutenção”, afirmou Sérgio Bologniese, gerente de segurança.
Um dos caminhoneiros inspecionados acha importante esse tipo de operação. Ele diz que o controle começa na empresa em que trabalha.
“Quando a gente sai da empresa, é feita a vistoria. No meio do caminho, é feita outra e, depois, na chegada até o cliente, é feita a última verificação”, afirma.
Benedito de Carvalho é caminhoneiro e conhece a responsabilidade que carrega. Por isso, mantém em dia todo o kit de segurança pessoal. “Você está colocando em risco a vida de terceiros e a própria vida, por isso a documentação deve estar certinha”, afirmou.