Caminhoneiros fazem exames de rotina nas tendas montadas pela PRF Equipes de agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) estacionaram suas viaturas na manhã de ontem em frente à Rodoferroviária e interceptaram diversos veículos de transporte de cargas. Os policiais pediam para que o motorista parasse ao lado da pista, mas em vez da abordagem característica de uma blitz, convidavam os caminhoneiros para fazerem um exame de saúde nas tendas do Serviço Social do Transporte e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest/Senat), espalhadas pelo gramado do terminal de ônibus.

O II Comando de Saúde Preventiva, promovido pela PRF, Ministério da Justiça e SEST/SENAT, realizado em 26 pontos de rodovias federais de todo país, serviu para alertar motoristas profissionais, principalmente caminhoneiros, sobre os riscos que problemas de saúde podem provocar na estrada. Cada exame durou em média 20 minutos. Foram verificados o índice de açúcar no sangue, obesidade e pressão. Todos receberam dicas sobre alimentação adequada e responderam questionários para investigar se sofriam de distúrbios do sono. De 9h às 13h, aproximadamente, 150 pessoas foram atendidas. “A maioria dos acidentes nas rodovias ocorre durante dias de sol, sem nenhum motivo aparente.

Fica difícil entender o que aconteceu”, comentou o chefe da Assessoria de Comunicação Social da PRF, inspetor D. Lucas Barbosa. De 1º de janeiro a 20 de fevereiro deste ano, a PRF registrou 341 acidentes nas rodovias federais que cortam o Distrito Federal, com 155 feridos e 12 mortos. Para o inspetor, muitos acidentes poderiam ser evitados se os motoristas não sofressem com problemas de saúde. Insones Uma das questões que mais preocupam os organizadores do evento está relacionada ao sono. O psicólogo do SEST/SENAT, Haroldo Willuweit, citou uma pesquisa do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) que indica que 37% dos acidentes registrados são atribuídos à falta de atenção dos motoristas nas estradas. “Quantos desses casos envolvem pessoas com sonolência?”, questionou.

O psicólogo analisa que existe um número grande de motoristas que sofrem com distúrbios do sono pelo excesso de horas trabalhadas. O enfermeiro Flávio Andrade de Souza, 29 anos, disse que a condição física dos motoristas também não era ideal. “Por causa do transporte de alimentação deficitária e só fazerem exames médicos em blitzes como esta, muitos caminhoneiros estão com a saúde precária”, analisou. O estresse, sono, má alimentação e sobrepeso foram os problemas mais graves detectados pela equipe médica. Para o caminhoneiro e morador de Sobradinho Deljari Pereira da Silva, 27 anos, os exames serviram para reforçar a necessidade de ter uma alimentação balanceada e de praticar algum esporte sempre que possível. “É a primeira vez que participo. Tenho o costume de trabalhar pelo menos 11 horas por dia e acho importante saber como anda meu estado de saúde”, disse.

O número Pesquisa De 262 motoristas de ônibus entrevistados 42% sofreram acidentes por causa de sono Editor: Samanta Sallum // Subeditores: Ana Paixão, Roberto Fonseca, Valria Velasco e Wilmar Alves e-mail: Tels. 3214-1180 – 3214-1181 © Copyright – Todos os direitos reservados ao Correio Braziliense e CorreioWeb.Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast ou redistribuído sem prévia autorização.