A CNT (Confederação Nacional do Transporte) lançou, quarta-feira, o projeto Despoluir – Programa Ambiental do Transporte. A iniciativa promoverá a instalação de opacímetros (medidores de poluentes) em 54 veículos transportadores, como ônibus e caminhões, do País.

O aparelho é usado em veículos a diesel e capta a fuligem, que é o indicador da queima inadequada de combustível. Dessa forma, mostra ao motorista a necessidade de fazer a manutenção do motor.

Com a medida, a CNT pretende diminuir os índices de emissão de gases poluentes, como o CO² (gás carbônico).

Como o opacímetro é móvel, ele poderá ser usado de forma revezada entre diversos veículos. “As federações regionais distribuirão os aparelhos. Empresas interessadas podem entrar em contato diretamente com a CNT”, explica a coordenadora de projetos especiais da confederação, Marilei Menezes.

Ela não soube precisar quantos opacímetros servirão aos transportadores do Grande ABC, onde duas federações serão responsáveis pela distribuição.

Educação – Para minimizar as causas do aquecimento global, a CNT também implantará uma série de ações educativas a fim de criar uma cultura de responsabilidade ambiental entre empresários, trabalhadores e usuários do setor de transportes no País. O setor tem 146 mil empresas, 733 mil autônomos e 2,5 milhões de trabalhadores.

Um dos programas é chamado de Cidadania para o Meio Ambiente. “Queremos fazer com que trabalhadores como taxistas, motoristas e caminhoneiros sejam multiplicadores da educação ambiental junto à sociedade”, diz a coordenadora de projetos especiais da CNT.

Hoje, os veículos transportadores têm de obedecer às resoluções do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), estabelecidas no Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores).

Para compor o programa, a CNT criou também o 0800 Ambiental. O telefone 0800- 7282891 servirá para que caminhoneiros e outros motoristas denunciem focos de incêndio ao longo das rodovias. As queimadas também emitem CO².

Nos municípios do Grande ABC, são poucos os projetos para medição e tentativa de diminuição dos poluentes na atmosfera. Santo André é a cidade com o maior número de ações. São sete, de acordo com o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental).

A cidade conta também com o ComAr (Comitê Metropolitano de Ar Limpo), que até 2010 terá a missão de implementar o Plano de Ação para a Gestão Integrada da Qualidade do Ar.

Quanto às emissões de veículos movidos a diesel, principal foco do Programa Despoluir, da CNT, Santo André atua com a Operação Respira Santo André. De acordo com o Semasa, no ano passado foram inspecionados 19.142 veículos, incluindo ônibus, caminhões e peruas escolares.

Em Diadema, o Proar (Programa de Controle da Qualidade do Ar) instalou nos 55 ônibus filtros nos escapamentos, que reduzem até 40% a emissão de materiais particulados. O programa é uma parceria entre Prefeitura e USP (Universidade de São Paulo). O carbono retirado dos filtros é utilizado na recapagem de pneus.

Parceria – As prefeituras de Mauá e São Caetano informaram manter parceria com a Cetesb (Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental) para monitoramento da poluição atmosférica.

São Bernardo e Ribeirão Pires não têm programas de medição e controle de gases poluentes. Rio Grande da Serra não respondeu.