Facilidade de acesso a pontos turísticos, distância reduzida, descobrimento de novos destinos, além do incremento de aparelhos turísticos e incentivos à vinda de novos empreendimentos. Esses são alguns dos benefícios apresentados pelo trade turístico de Sergipe, ao avaliar a possibilidade de desenvolvimento do setor após a inauguração da ponte Construtor João Alves.

Conforme a assessoria de Comunicação da secretaria de Estado do Turismo, as praias da Costa, Jatobá e Atalaia Nova serão incluídas no roteiro “Aracaju e Praias”, já que hoje as praias da capital sergipana são as mais exploradas turisticamente. Trilhas ecológicas, cachoeiras e o pantanal de Pacatuba – único do Nordeste – serão interligados e ficarão mais fáceis de serem visitados. Praias ainda inexploradas do ponto de vista turístico e a Foz do São Francisco (região do Cabeço) também se tornarão mais fáceis de serem conquistados, gerando outras demandas, que compreende bares, restaurantes, hotéis e pousadas.

Estima-se que a ponte Construtor João Alves provocará um aumento no número de prestadores de serviços de toda ordem (vans, táxis, locomoções, ambulantes, etc) e equipamentos (pequenos negócios que vão desde o artesanato a aluguéis temporários de residências), além de já estar gerando o surgimento de verdadeiros condomínios praianos, que servirão como segunda residência para sergipanos e visitantes.

O turismo imobiliário é o filão da vez no nordeste e está sendo cogitado como uma alavanca do setor entre as praias de Atalaia Nova e Pirambu, já que turistas europeus estão ávidos para ter no Nordeste a segunda opção de residência. Por conta disso, a secretaria de Estado do Turismo está preparando um material para mostrar a costa do litoral Norte do estado, no Salão Imobiliário de Lisboa, previsto para acontecer em novembro.

Segundo a presidente do Sindicato de Guias Turísticos de Sergipe, Irma Karla, sem sombra de dúvida o Nordeste já despertou para o turismo imobiliário e Sergipe entra nesse setor como um bom atrativo.

Para que a via de tráfego fique completa, o governo de Sergipe continua interligando Neópolis – Propriá, através de uma rodovia turística, bem como, será iniciada nos próximos dias a rodovia que liga Pirambu a foz do São Francisco, potencializando o circuito de pontos turísticos localizados na região da foz do rio. Fechando o circuito, dentro em breve o Estado estará retornando as obras da ponte Mosqueiro-Caueira, interligando por completo todo o circuito turístico do litoral sergipano.

Um destaque na paisagem urbanística
Como aconteceu com Florianópolis, com a ponte Hercílio Luz; Rio de Janeiro, ponte Presidente Costa e Silva (Rio- Niterói); Recife e as diversas pontes, além de várias outras cidades pelo mundo a fora, a ponte Construtor João Alves entra para o roteiro turístico de Sergipe como um dos principais cartões-postais a serem visitados de Aracaju.

O presidente da Associação Brasileira de Agentes de Viagem (Abav/SE), João Ávila atesta que a ponte Construtor João Alves é um grande marco na paisagem urbanística de Aracaju e obrigatoriamente as agências propuseram colocar no roteiro de passagem pela ponte. “É um ponte de referência da cidade. Quem não se lembra das pontes de São Francisco, do Brooklin, que liga Nova York à Manhattan, as pontes da nossa Veneza brasileira. É um equipamento de primeira linha que visou um cartão-postal, porque cidades que tem pontes, sem sombra de dúvida são pontos turísticos”, avalia.

Conforme João Ávila, a ponte é um investimento visionário e trará desenvolvimento para o turismo, bem como, facilidade para todos que diariamente tem que fazer a travessia Aracaju/Barra dos Coqueiros.

A presidente do Sindicato dos Guias de Turismo do Estado de Sergipe, Irma Karla Freire ressalta a ponte como um sucesso para o setor, já que encurta distância de pontos turísticos como a região de Pacatuba, da foz do São Francisco e da Reserva Biológica Santa Izabel, em Pirambu, além de outros destinos turísticos.

Irma Karla afirma que para se chegar a Pirambu pela BR 101, o turista percorreria 75 km de ida e 75 km de volta, porém, por muitas vezes a quilometragem não está incluída no pacote do ônibus e com a ponte a distância diminuirá para 25 de ida e 25 de volta. “Quem pegaria 150 km já e uma redução, fora o município de Brejo Grande que tem a Foz do São Francisco, que é bastante procurado. Temos a reserva biologia do projeto Tamar, em Pirambu. A ponte é sucesso”, evidencia.
Corroborando a afirmação dos colegas, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (Abih/ SE), Luiz Simões alega que o governo de Sergipe fez a sua parte, porém, faltam os municípios também engajar e se preparar para receber o maior fluxo de turistas. Para ele, o litoral da Barra dos Coqueiros, Santo Amaro das Brotas e Pirambu – praias que tem maior estrutura -, devem ficar atentos para o desenvolvimento, já que se aumenta a acessibilidade, também aumenta o fluxo comercial. “É uma somatória de agentes e temos que se preparar”, frisa.

Cartão-postal – A ponte Construtor João Alves é considerada a maior ponte urbana do Nordeste e a segunda do gênero no país, com 1.850 metros de extensão, duas vias com quatro pistas para veículos, uma ciclovia, uma via exclusiva para pedestres e uma via central de 200 metros e 80 metros de lateral, com vista panorâmica. O tempo de construção consistiu em menos de dois anos, possui 23,4 metros de largura e 69 metros de altura dos pilares centrais, mostrando que é a maior obra de engenharia do estado. Foram investidos R$ 135 milhões e não haverá cobrança de pedágio. “Fizemos um estudo e por determinação do governador não haverá cobrança de pedágio”, afirma o secretário de Infra-estrutura, Luiz Durval.
Para o acesso à ponte são utilizadas as avenidas José Conrado de Araújo, Confiança, Simeão Sobral, Desembargador Assis Xavier e praça Aminthas Jorge, além das ruas Belém, Eduardo Cruz, Sabino Ribeiro e Carlos Silveira. Todas as ruas e praças do bairro Industrial serão urbanizadas e passarão por serviços de melhoramento.

A iluminação da ponte Construtor João Alves é um atrativo a parte e tem chamado atenção pela sua magnitude e beleza. Para iluminá-la foram necessários 216 refletores em cada vão, 125 lâmpadas de vapor de sódio com 400 watts cada uma e 32 refletores com 150 watts de vapor de metálico que irão projetar luz para os cabos. Nas duas torres centrais, a iluminação terá 64 barras de led que variam de cor, programadas por um computador, cada uma com 1m e 20.

Conforme o secretário de Infra-estrutura, Luiz Durval, a iluminação em led é o que há de mais moderno por proporcionar variação de cor, quando se deseja uma iluminação de pista superficial, discreta, mas que garante um grande efeito. “Não se tem nenhuma iluminação desse tipo em Sergipe e pouquíssimas no Brasil. Haverá uma iluminação que possibilitará uma boa visibilidade para os usuários e uma outra parte decorativa”, ressalta.

A primeira ponte estaiada no Brasil, foi construída em São Paulo e parte da ligação metroviária Campo Limpo/ Santo Amaro, trecho Santo Amaro, composta de 34 estais em um único plano central, superestrutura em “caixão” unicelular de concreto protendido (altura = 2,50 m) onde se situam as vias metroviárias, com vão principal em balanços sucessivos de 122 m.