Ipaumirim Há seis meses que os moradores desta cidade e de Baixio, na região Centro-Sul do Ceará, enfrentam transtornos de acesso em decorrência da demolição de duas pontes, que ainda não foram reconstruídas. Nos dias de chuva, a população fica praticamente ilhada, pois o desvio fica alagado e a passagem improvisada, instalada com pranchas de madeira, traz risco para os veículos.
Os moradores da cidade de Baixio sentem-se mais prejudicados. “Quando chove o desvio fica alagado e é preciso passar a pé, deixar o veículo para trás e tentar pegar outra condução”, contou o professor Gildo Holanda Gonçalves, que toda semana precisa viajar até a cidade de Cajazeiras (PB), onde ensina a disciplina de Filosofia.
Desde o mês de abril passado, quando houve intensificação da pluviometria, aumentou o transtorno enfrentado pelos moradores. A ponte sobre o Riacho Santa Bárbara, fica localizada entre as cidades de Baixio e Ipaumirim. A rodovia CE-151 é o principal acesso. Foi demolida para a construção de uma nova ponte, mais larga. “Se o riacho estiver cheio não há como passar”, disse o comerciante Francisco Rodrigues. “Fizeram um desvio, mas quando chove fica alagado”, reclama.
Para quem mora em Baixio, a CE-151 é o único acesso por via asfáltica para a cidade de Ipaumirim e daí para a BR-116. “O ônibus não passa pelo desvio quando o riacho está cheio, e os passageiros têm de passar a pé e pegar outra condução para chegar à cidade”, observou o professor Gildo Gonçalves. “Nós apelamos para que as autoridades tomem alguma providência em defesa da população”.
Passagem de madeira
Os moradores da sede de Ipaumirim também enfrentam problema semelhante. A ponte de acesso à cidade foi demolida na mesma época para edificação de uma via mais larga. “Colocaram uma passagem de madeira e fizeram um desvio. Quando chove forte, os carros não passam”, contou a presidente do Sindicato dos Servidores do Município, Terezinha Gonçalves. “Só deveriam ter destruído a ponte antiga antes do período chuvoso se desse tempo construir a nova”. Para a maioria dos moradores, a empresa responsável pela obra de reconstrução da rodovia e das pontes deveria ter aguardado o fim do inverno. Em fevereiro passado, a Câmara Municipal de Ipaumirim encaminhou ofício ao Governo do Estado comunicando o fato, mostrando os transtornos e prejuízos e solicitando providências urgentes. Três meses já se passaram e nada de concreto foi feito.
A vereadora Joselba Alencar lembrou que o único hospital de Ipaumirim fica localizado após a ponte e os doentes são afetados ante a dificuldade de acesso. O presidente do Legislativo, Wilson de Freitas, lembrou que o único acesso para os veículos é seguir por uma estrada de terra até o Estado da Paraíba, por um percurso de 15km, e depois mais 20km para chegar à BR-116. “Todo esse transtorno não estaria ocorrendo se as pontes tivessem sido construídas”, disse Freitas. “A gente previa que a situação iria se agravar no inverno”, aponta.
O engenheiro residente do 9º Distrito Operacional do DER em Iguatu, Gentil Maia, esclareceu que o Governo do Estado já requereu de imediato que a construtora reinicie o serviço de construção das duas pontes. “As chuvas diminuíram e já está dando para trabalhar. Não há por que esperar mais tempo”.
Maia reconheceu o transtorno para os moradores e avaliou que ocorreu um erro por parte da construtora que demoliu as duas pontes, mas não concluiu a construção das novas vias de acesso antes do inverno. “Houve um mau planejamento. O tempo aliviou e esperamos que a obra recomece logo”.
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