Criar três pedágios em áreas estratégicas foi a solução encontrada pelas prefeituras de Valinhos e Vinhedo para eliminar de vez o grande fluxo de veículos e carretas de outros municípios que desviam todos os dias e noites dos pedágios da Rodovia Anhangüera (SP-330) e causam transtornos, poluição sonora, buracos, riscos de acidentes e atropelamentos.

A implantação desses três pedágios, que isentariam os veículos com placas dos dois municípios, foi anunciada como solução ontem pelo prefeito de Valinhos, Marcos José da Silva (PMDB), e pelo prefeito de Vinhedo, Kalu Donato (PL). A medida depende de aprovação do Poder Executivo de cada município e, se for aceita, poderá ser executada em seis meses.

Os pedágios seriam instalados na Rodovia Municipal dos Andradas (Valinhos); na Estrada da Boiada (Vinhedo); e na Avenida Independência (Vinhedo). Caso sejam concretizados os pedágios, o valor deverá ser o mesmo cobrado na Rodovia Anhangüera – R$ 5,10.

Silva e Kalu “costuram” esta proposta há mais de um ano com representantes da comunidade, vereadores e com Maurício Vasconcelos, presidente da AutoBAn, concessionária responsável pelo sistema Anhangüera-Bandeirantes.

A AutoBAn foi consultada pelos prefeitos para estudar soluções e realizar um projeto com objetivo de acabar com as rotas de fuga na região. “O projeto ficou pronto e a concessionária se disponibilizou a realizar as obras. Em caso de aprovação, a parte operacional ficará a cargo de cada município, que vai ficar também com a arrecadação” , disse Silva. Vasconcelos pretende detalhar a proposta amanhã para a reportagem.

O prefeito de Valinhos disse que algumas melhorias no sistema viário da cidade estão previstas no pacote de instalação dos pedágios. Entre as obras complementares há o projeto que interliga a Avenida Joaquim Alves Corrêa, de Valinhos, com a Avenida Independência, de Vinhedo.

“A AutoBAn apresentou como alternativa a duplicação destas vias em um trecho, que totaliza dois quilômetros, mais a instalação de uma ponte de interligação” , explicou Silva.

Outras obras incluem o recapeamento de dois quilômetros da Estrada da Boiada, em Vinhedo, e mais dois quilômetros das ruas Eunice Aparecida Baroni e Antonio Bento Ferraz, em Valinhos.

A medida vai ser proposta oficialmente até o final deste mês ao Poder Legislativo de cada município, em forma de projeto de lei e vai exigir um investimento de aproximadamente R$ 5 milhões na criação das três praças de pedágio e em obras viárias complementares.

O prefeito de Vinhedo acredita que será um benefício à população. “O processo está adiantado, com grande possibilidade de concretizar. Porém, haverá uma consulta à diversos segmentos da sociedade para haver um consenso” , disse Kalu. “É importante lembrar que os moradores dos dois municípios não vão pagar os pedágios” , revelou.

Em Vinhedo, Kalu já investiu na colocação de radares nas regiões de rota de fuga, assim como em redutores de velocidade e no estreitamento de vias para evitar a passagem de carretas e caminhões de carga pesada. O trânsito de caminhões de grande porte foi proibido por lei também em Vinhedo.

“Isto evitou um pouco, mas o fluxo contínuo de veículos de outras cidades continua” , explicou Kalu. A última ação do prefeito foi bloquear a passagem na Bairro da Capela, Km 79 da Rodovia Anhangüera, que havia na pista sentido Capital-Interior.

Dados das duas prefeituras revelam que 22 mil veículos passam por dia pela Estrada da Boiada, sendo 96% de outros municípios. O total de carretas que circula em área urbana em Valinhos e Vinhedo gira em torno de 12 mil por dia.

“São números absurdos para o porte das duas cidades e causam transtornos de todo tipo” , disse Silva. Valinhos tem hoje uma população de 94 mil habitantes e Vinhedo 57 mil habitantes.