Após duas horas e 25 minutos de sofrimento e dor preso às ferragens de um caminhão, Jamilson França da Silva, 47 anos, foi resgatado com vida, ontem à noite, por equipes do Corpo de Bombeiros e do Resgate da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O veículo em que ele estava de carona, uma carreta carregada de tijolos, colidiu de frente com uma caminhonete, no Km 95 da BR 101, na localidade de Caxeta, por volta das 17h30.
O motorista da caminhonete, Aurídio Márcio Ribeiro Rodrigues, 39 anos, sofreu várias lesões. Ele e Jamilson, que fraturou uma das pernas e teve escoriações pelo corpo, foram socorridos e encaminhados ao Hospital Ferreira Machado. Já Gentil da Silva Coutinho, 50 anos, que dirigia o caminhão, sofreu apenas um corte no supercílio e não precisou de atendimento médico.
À PRF Gentil contou que seguia para o Rio de Janeiro, quando a D-20 GNK 4516, que vinha em direção a Campos, invadiu a contramão “ao forçar uma ultrapassagem altamente perigosa”. Na tentativa de evitar a colisão, Gentil teria jogado o veículo para o acostamento e, com o impacto, o pneu dianteiro estourou e o eixo quebrou, fazendo com que perdesse a direção e colidisse em uma árvore, que foi arrastada barranco abaixo, junto com o caminhão, placa KTW 2826. Até a localidade de Ibitioca, Gentil seguia viagem sozinho. Lá, ele encontrou o amigo Jamilson, que lhe pediu carona até o município de Macaé.
— O motorista da caminhonete vinha em alta velocidade na minha pista, forçando ultrapassagem a uma fila com pelo menos dez carros. Quando se deparou com o caminhão a sua frente, creio que tenha ficado sem saber o que fazer, então simplesmente acelerou. A sorte dele foi que seu carro derrapou em folhagens que estavam à beira do acostamento e rodou, atingindo em cheio o lado do carona — lembrou Gentil.
Apesar dos gritos de dor durante as mais de duas horas de resgate e da dificuldade encontrada pelos bombeiros para retirar Jamilson das ferragens, já que ele estava preso entre o banco e o painel, ele não corre risco de morte.
Congestionamento — A rodovia foi fechada por cerca de meia hora, enquanto a primeira vítima era resgatada. Como o fluxo de veículos estava acima do normal registrado às sextas-feiras, formou-se um engarrafamento de cerca de dois quilômetros, que foi desfeito minutos depois que a pista foi liberada.