A Polícia Rodoviária Federal (PRF) prendeu ontem dois homens acusados de integrarem uma quadrilha de desmanche de veículos de carros de luxo, em Messejana. Na sucata, foram encontrados uma Hilux e outros sete veículos. A Hilux foi roubada durante seqüestro relâmpago no último dia 8
Após dois meses de investigação, uma operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), realizada ontem pela manhã, prendeu dois homens acusados de integrarem uma quadrilha especializada em desmanche de carros de luxo. Segundo a PRF, a quadrilha tem praticado assaltos nas proximidades do Parque Tabapuá. Os veículos seriam levados à Sucata Wilson, que fica na rua Maria Rodrigues, próxima ao Frotinha de Messejana. Na Sucata, a PRF encontrou uma Hilux, roubada no último dia 8 de janeiro, durante seqüestro relâmpago. Além desta, outras três Hilux, um Eco Sport, um Gol, um Fiat Stilo e um Citroen estavam todos desmontados.
Foram presos em flagrante o irmão do dono da sucata, Sebastião Alves da Cruz Filho, 33, conhecido como Tião, que, conforme a PRF, estava com a chave da Hilux roubada no bolso, e José Eudes da Silva, 44. Os dois são acusados de fazerem parte da quadrilha e foram presos por receptação. Outros dois homens que não foram identificados fugiram. O flagrante foi autuado no 30º Distrito Policial, no Conjunto São Cristóvão, e passará a ser investigado pela Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos e Cargas. Segundo o delegado de plantão do 30º DP, Maurício Tindô, Sebastião Filho já tem passagem na Polícia também por receptação.
Conforme a PRF, no local havia ainda peças de outros carros. “Ali tinha pelo menos uns dez veículos desmontados”, disse o agente. A partir destas duas prisões, a PRF pretende continuar as investigações e chegar aos assaltantes. “Também vamos pedir a prisão preventiva do Wilson, que é proprietário da oficina”, disse Sousa. Segundo ele, há cerca de dois meses, uma série de assaltos a caminhonetas se iniciou nas proximidades do Parque Tabapuá. As investigações foram realizadas pelo Núcleo de Operações Especiais (NOE) da PRF.
“Essa quadrilha é extremamente organizada. Um grupo pratica assalto e o outro faz o desmanche. Os assaltos são muito violentos, com muitos homens e todos armados”, disse o agente. Conforme ele explica, um outro grupo é responsável pelo desmanche dos veículos. “Eles apagam os dados dos chassis, da caixa de marcha, do motor. Conseguimos comprovar que um é roubado”, explicou. Segundo a PRF, os outros veículos são roubados porque os chassis estão apagados. “Mas para a Justiça, precisamos provar a identificação dos veículos”. Segundo ele, investigar a origem dos veículos é mais difícil e demorado.
E-MAIS
> No 30º Distrito Policial, os acusados negaram qualquer envolvimento com o crime. Sebastião Filho, que já foi preso por receptação, disse não saber que a sucata do seu irmão fazia desmanche de veículos. Afirmou ainda que estava na Sucata apenas porque seu carro – uma Hilux, segundo ele – havia “dado o prego de gasolina”, quando resolveu pedir ajuda.”Eu fui atrás de alguém pra comprar diesel”, disse ao O POVO.
> Ao ser indagado pela PRF sobre quem eram os assaltantes, ele disse que não sabia de nada. A PRF questionou ainda se ele já havia sido vítima de ameaças, caso falasse sobre a ação dos assaltantes. “A gente não pode falar nada, porque sabe como é…”, disse ele.
> José Eudes da Silva, por sua vez, afirmou que é pedreiro e que estava na sucata porque foi cobrar dinheiro do dono. Segundo ele, a parte de cima da Sucata Wilson foi construída por ele e o dono ainda não o pagou. “Eu não trabalho na Sucata. Eu estava do lado de fora, quando eles (PRF) chegaram”, garantiu.
> O agente da PRF, Jamys Sousa, afirma que José Eudes é funcionário da oficina há anos e que na hora do flagrante eles estavam desmontando a Hilux.