Elefantes e rinoceronte do Le Cirque foram apreendidos na BR-163 e estão no CRAS
Policiais rodoviários federais apreenderam nesta segunda-feira na BR-163 duas carretas com cinco elefantes e um rinoceronte pertencentes ao Le Cirque.
A primeira abordagem foi às 17 horas, no posto de São Gabriel do Oeste, quando uma carreta com dois elefantes foi interceptada. Depois outro veículo com mais dois foi apreendido. Mais tarde, por volta de 20 horas, em Jaraguari, outra carreta, com um rinoceronte e um elefante, também foi apreendida.
A PRF informa que consultou o Ibama para saber se havia alguma irregularidade no transporte já que os animais vinham de Brasília. Foi informada sobre de que há um mandado de busca e apreensão expedido pela 3ª Vara Criminal de Circunscrição Especial Judiciária de Brasília. O processo judicial foi respaldado em laudo do Ibama apontando maus tratos.
No dia 12, o Le Cirque conseguiu reaver os animais na Justiça mas nesta segunda-feira o Ibama informou a PRF que a nova determinação era apreender os animais e leva-los ao CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres).
O outro lado – O proprietário do Le Cirque, George Stevanovich, está no Regimento de Cavalaria, ao lado do CRAS, onde estão os animais e alega que foi injustiçado. Ele disse que sua documentação que atestava regularidade da posse dos animais foi apreendida pelo Ibama e diz que eles não sofriam maus tratos. “Nunca existiu choque. Temos bons treinadores que usam comandos e o método de recompensa com alimentos”, garante.
Ele reclama das apreensões que foram feitas em Brasília e alega que o pesquisador que levaria os chimpanzés chegou a assediá-lo oferecendo R$ 100 mil por animal, meses antes da apreensão. O proprietário do circo afirma que hoje cada elefante vale 200 mil euros e o rinoceronte 250 mil dólares.
De família circense, George reclama que a atividade está sendo marginalizada. “O problema é que não temos uma normatização para animais de circo. Querem que os circos sejam recintos como os zoológicos, mas não temos logística e estrutura para isso”, diz.
Segundo George, as carretas vinham para Campo Grande, onde o Le Cirque abriria mais uma temporada de apresentações. No ano passado, durante três meses, o público que o circo teve na Capital foi de 210 mil pessoas, segundo o organizador. “É oportunidade das pessoas terem contato com esses animais”, afirma.