PRF de Pernambuco orienta os caminhoneiros sobre como regularizar sua situação

De acordo com a inspetora Elaine Tiago, além das autuações, quando constatadas, caminhoneiros são orientados em palestra pós-fiscalização

A Operação Nossa Senhora Aparecida 2021, entre os dias 8 e 12 de outubro, nas rodovias federais do Pernambuco tiveram um apelo diferente: além da fiscalização normal de veículos e condutores, as equipes pernambucanas continuaram fiscalizando o “pacote completo” dos motoristas profissionais.

A checagem incluiu o estado do veículo, pneus, faixas refletivas, excesso de peso, tacógrafo, cumprimento da jornada de trabalho e descanso obrigatório, habilitação e verificação do exame toxicológico, entre outros itens.

De acordo com a inspetora Elaine, Chefe do Núcleo de Segurança Viária da Superintendência da PRF em Pernambuco, há algum tempo, a Corporação detectou número elevado de acidentes (sinistros) com veículos pesados.

Em razão disso, vem intensificando as abordagens em que são checadas todos os itens pertinentes ao veículo e ao condutor. Segundo informou, nos últimos meses, já perceberam que o número de veículos e condutores irregulares vem diminuindo.

Educação na pista

Além de fiscalizar e autuar – caso seja flagrado com alguma infração – os caminhoneiros  são convidados a participarem de uma palestra, na qual são orientados sobre os principais aspectos que envolvem a segurança viária.

Essa ação é inspirada no “Cinema Rodoviário”, que a Corporação tem em atividade há mais de uma década nas rodovias federais do Brasil.

“O trabalho educativo tem funcionado. Perdemos um pouco mais de tempo mas fazemos questão de explicar detalhadamente porque está sendo autuado e como regularizar sua situação ou do veículo.”

Operação Aparecida revelou dados interessantes

Durante o feriado de Nossa Senhora Aparecida, além da fiscalização dos veículos leves, a PRF de Pernambuco deu continuidade a operação com caminhoneiros.

Foram fiscalizados 817 caminhões, sendo que 49 foram autuados baseados na “lei do descanso” , 6% do total. Outros 15 por falta do exame toxicológico, o que representa  praticamente 2% do total.

Fiscalização da jornada de trabalho e do exame toxicológico Foto: Divulgação/PRF-PE

Embora a amostra seja pequena, indica que a cada três condutores que não respeitaram a lei do descanso um deles não estava regularizado com o exame toxicológico.

Como o uso de substâncias psicoativas por caminhoneiros geralmente ocorre para suportar muitas horas dirigindo sem parar e sem o descanso obrigatório, quanto maior o respeito a “lei do descanso”, menor será o uso de drogas.

“O problema de excesso de jornada é muito comum com o condutor empregado, e as reações deles são de aceitação”, explica a inspetora Elaine Tiago.

Já quando se trata dos condutores autônomos, há uma maior resistência com relação ao controle do descanso obrigatório. É comum o autônomo achar que pode dirigir quanto desejar ou suportar, independente do que prevê a legislação.

De acordo com a inspetora, em agosto, foram feitas 229 autuações por tempo excessivo de direção. “Esse número vem diminuindo à medida em que o pessoal toma ciência de que existe fiscalização e vai se conscientizando”, ressalta.

Exame toxicológico gera multa de R$ 1.467,35 e troca de condutor

No caso do exame toxicológico, a inspetora Elaine disse que, os 15 motoristas flagrados com o exame toxicológico vencido, foram autuados e a multa aplicada é de R$ 1.467,35 com 7 pontos na CNH. Além disso, eles não puderam continuar conduzindo o veículo, e a empresa precisou providenciar um condutor habilitado para seguir viagem.

Álcool x Drogas

As equipes da PRF de Pernambuco abordaram 5.518 condutores de todos os tipos de veículos na fiscalização com etilômetro, sendo que 32 foram autuados.  Destes, somente seis aceitaram fazer o teste de alcoolemia, que deu positivo e 26 se recusaram a fazer mas foram multados.

Portanto, os autuados para alcoolemia representaram 0,6% do total. Percentual equivalente a 1/3 do que foi flagrado pela simples verificação no sistema da falta do exame toxicológico obrigatório para os condutores das categorias C, D e E.

Excesso de peso também foi fiscalizado

Outra abordagem feita pelas equipes foi em relação ao limite de peso nos veículos comerciais. Durante a operação, 35 caminhoneiros foram flagrados e autuados. O total de excesso foi de 494.393 kg.

O excesso de peso é frequente e exige rigor na fiscalização Foto: Dvulgação/PRF-PE

Bons frutos

A iniciativa da Superintendência da PRF de Pernambuco tem produzido efeitos positivos, segundo a inspetora Elaine, principalmente em relação à jornada de trabalho e ao uso de substâncias. “Estamos satisfeitos, principalmente, com relação à jornada e ao exame toxicológico, pois depois que a informação do exame entrou no sistema, podemos fiscalizar e a tendência é reduzir os casos envolvendo condutores com o toxicológico vencido.”

Regional da PRF em Pernambuco é considerada uma referência nos estudos para redução da acidentalidade e agora tem atuação de destaque na Operação Vita, recém-lançada.

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