“O mês de maio foi escolhido para intensificar o combate à violência sexual contra crianças e adolescentes. A data registra o caso de uma criança assassinada em São Paulo após ter sido violentada sexualmente. A partir daí, as instituições oficiais que apóiam crianças e adolescentes escolheram esse dia para o combate”. Por causa disso, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizou durante toda a noite de ontem, sexta-feira (28), a quarta edição da operação “Anjos do Asfalto”.
A operação que acontece simultaneamente em diversos municípios do estado do Pará deve tirar de situações de risco crianças e adolescentes, ou seja, que estejam em áreas vulneráveis à exploração sexual.
O inspetor Max Daniel da PRF disse que a operação deve atingir lugares que já foram mapeados como os mais propícios ao crime de abuso sexual a criança e ao adolescente. “A prioridade serão os postos de gasolina que estão às margens da rodovia. Bares, caminhões, rodovias também são nossos alvos. Houve um mapeamento onde existe freqüência de jovens”.
Durante a operação realizada pelos agentes da PRF, representantes do Ministério Público Estadual e do Conselheiro Tutelar de Ananindeua foram resgatados das ruas menores e adolescentes sozinhos ou em companhia de pessoas suspeitas. “Se houver confirmação de menor em bar acompanhado de parente. Haverá advertência e será convidado a se retirar do local inapropriado. “Se não tiver comprovação do grau de parentesco, o menor será levado pelo Conselheiro Tutelar e somente a família poderá retirá-lo do abrigo”, explicou conselheira Célia Amaral.
Ao ser flagrado em um bar com uma adolescente, o técnico em telefonia celular, Rosinaldo Ferreira, 36 anos com um exame de gravidez, como única comprovação de sua relação marital com a adolescente de 16 anos, reclamou diante da imprensa da atitude dos conselheiros. “Eu estou casado com ela há quase um ano. Ela está grávida de cinco meses. Quero saber se vocês se responsabilizam com o que acontecer com ela”, esbravejava. Para a conselheira Célia, o suposto companheiro da adolescente pecou por causa do ambiente em que estava com a moça. “Neste caso, há vários agravantes. Os pais são de outro município. O ambiente não é o mais recomendado para uma grávida. Além do companheiro não ter como comprovar sua relação”, explicou.