Projeto de lei proibirá venda de bebidas alcoólicas perto das rodovias. De acordo com José Gomes Temporão, ministro da Saúde, o governo enviará o projeto em agosto. A vinda de Lula à Capital será propícia para que a iniciativa seja discutida.“Tenho conversado com governadores e prefeitos para que tomem iniciativas semelhantes onde ainda não existam leis específicas sobre comercialização de bebidas em estradas e para chamar a atenção da importância da proibição da venda e do consumo em postos de gasolina”, afirma Temporão. Após passagem por Lula, o projeto parte do Ministério de Justiça ao Legislativo.

Temporão, perante uma platéia de empresários, na Associação Comercial do Rio de Janeiro, pediu apoio na luta contra o alcoolismo, já que é um problema que envolve muitos setores da sociedade: “O álcool está relacionado não só com doenças dos tipos cardiovasculares, hepáticas, câncer, mas também com um padrão de violência, como acidentes de trânsito, de trabalho e violência doméstica”.

Dados da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, que constam no site do Ministério da Saúde mostram que, por ano, 35 mil pessoas perdem a vida nas ruas e estradas do país. O programa já existente para restrição do álcool foi criado por um decreto presidencial em maio, o PNA (Política Nacional sobre o Uso do Álcool).

Temporão mostrou as vantagens do projeto, que pode servir de investimento para a economia brasileira: “O setor movimenta entre 8% e 10% do PIB [Produto Interno Bruto, a soma das riquezas produzidas] do país. São cerca de 70 mil estabelecimentos de saúde, que empregam 7,5 milhões de trabalhadores”.

De acordo com o ministro, a Presidência da República e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) pretendem aliar o poder de compra do Estado a uma política industrial brasileira. “A balança setorial da saúde, que é a diferença entre o que a indústria exporta e importa, foi negativa em US$ 5 bilhões no ano passado”.

Com inspiração baseada no posto de atendimento 24 horas do Rio de Janeiro, que será inaugurado em agosto no bairro de Irajá. Temporão afirma que o governo do Estado pretende fazer 12 postos como este do Rio, tanto para facilitar o fluxo de pacientes, como para ter capacidade de oferecer serviços como raio-X, laboratório e pequenas cirurgias.