O governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), aproveitou a visita do presidente Lula, que anunciou recursos do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) ontem em Campo Grande, para pedir apoio para a estadualização da BR-163 e a federalização da MS-040. Segundo André, em entrevista ao jornal Bom Dia MS, da TV Morena, os projetos integram um pacote com mais quatro obras que considera “vitais” para o Estado. De acordo com o governador, a intenção é duplicar a BR-163, maior rodovia de Mato Grosso do Sul, em dez anos. “Isso, se o governo federal entender que ela pode ser estadualizada”, salienta.
A partir de um estudo sobre o fluxo de veículos, o plano é criar pedágios a cada 80 km. Segundo ele, a proposta do pedágio é bem aceita pela população. “Se ficar tão boa quanto as [rodovias] de São Paulo, a aceitação da população é muito superior à maioria”, aponta. A outra proposta é federalizar a MS-040 entre Campo Grande, Ribas do Rio Pardo, Brasilândia e Paulicéia (São Paulo). Os projetos para o setor viários foram entregues ao Ministério dos Transportes na semana passada.
Na lista das ações fundamentais para o desenvolvimento do Estado, o governador também inclui a construção de um poliduto para escoamento de álcool, ampliação da rede básica de energia, adequação do aeroporto internacional de Campo Grande como terminal de cargas e a integração ferroviária entre Maracaju, Dourados, Cascavel (PR) e o Porto de Paranaguá, para que seja escoada a produção.
Mesada – A União vai destinar recursos de R$ 291 milhões do PAC para Campo Grande, Corumbá e Dourados. A ministra Dilma Roussef, que acompanhou Lula, disse que os recursos devem ser liberados a partir do dia 14, por meio de medida provisória. “Quanto mais rápido forem as obras, mais rápido a gente pede a segunda parte da mesada ao Lula”, afirmou.
Ontem, Lula, diante de pedidos de mais recursos para o Estado, pontuou que esta é uma prática normal, e comparou que nenhum filho se contenta com o dinheiro que a mãe lhe dá na sexta-feira. Segundo Puccinelli, mais de 60 prefeitos estiveram ontem em Campo Grande. “Ouviram o presidente como se ele fosse um ‘paizão’, querendo também a parte deles na mesada”.