Fogo às margens das rodovias aumentam a probabilidade de acidentes. Inverno seco e o vento forte espalham focos de incêndio.
Neste inverno quente e seco, caminhoneiros estão enfrentando mais um risco nas estradas de Mato Grosso. O céu escuro e as nuvens carregadas são formadas por fumaça das queimadas que se espalham pelo estado.
Há preços na economia que não caem. Culpa do custo do transporte das mercadorias que está cada vez mais alto, por causa dos buracos, pedágios e perigos nas estradas. Neste inverno quente e seco, caminhoneiros estão enfrentando mais um risco.
O fogo está na margem das rodovias. A visibilidade diminui e logo surgem os acidentes. “Quando eu comecei a entrar na serra, procurei o freio e não tinha mais o freio. Eu reduzi, só que o caminhão começou a andar e eu entrei na fumaça e no fogo. Aí, não tinha mais a pista”, conta o caminhoneiro Itacir Taborda.
Nos 4,1 mil quilômetros de rodovias federais que cortam o Mato Grosso a cena é a mesma. Os veículos passam a poucos metros das chamas. Algumas vezes, passam perto demais. Uma carreta com 20 toneladas de madeira não resistiu ao calor, depois de passar por um corredor de fogo na BR-163, rodovia que liga Cuiabá a Santarém, no Pará.
“Foram de 200 a 300 metros pegando fogo no meio do pasto pegando fogo. Veio uma faísca de fogo e caiu em cima da carga. Passaram dois motoristas por mim e deram sinal de alerta. Eu parei no acostamento, desci e fui na carga. Já estava saindo fumaça. Não deu tempo de fazer nada. Peguei o extintor, tentei apagar, mas não teve jeito”, conta o motorista Nelson Chagas da Silva.
O congestionamento causado pelo acidente acaba trazendo perigo para outros motoristas. Um caminhão, por exemplo, está carreado com 48 mil litros de álcool. O fogo não terminou e ainda está no acostamento, há quase 50 metros do veículo.
O tempo seco e o vento forte facilitam a formação de redemoinhos que espalham os focos de incêndio. O perigo nas estradas é constante. O medo de perder a carga faz muitos caminhoneiros pararem na pista até que as chamas diminuam. “É perigoso, é muito perigoso passar por essa estrada”, afirma o caminhoneiro Sebastião Fernando de Matos.