Dnit tenta lançar, mais uma vez, edital para escolher empresa que vai administrar os equipamentos
Projeto prevê gastos de R$ 1 bilhão para manter detectores e construir novos
Um ano e meio após o fim do contrato com a empresa que fazia a administração e manutenção dos 115 radares nas rodovias federais que cortam Minas Gerais, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) acredita que os equipamentos eletrônicos – que hoje estão desativados – vão ser religados no segundo semestre. O Dnit tenta lançar, mais uma vez, um edital de licitação para escolher as empresas que vão administrar os radares e, ainda, construir outros 274 detectores de velocidade no Estado.
“Nossa prioridade é que os 321 radares que estão desligados no Brasil voltem a funcionar em setembro. Inclusive, devemos lançar os três editais que já existiam em apenas um, para não atrasar mais ainda o processo de licitação”, disse o coordenador geral de Operações Rodoviárias do Dnit, Luiz Cláudio Varejão. A audiência pública para a apresentação do projeto acontece na semana que vem e o edital, que prevê gastos de R$ 1 bilhão em todo o país, deve ser lançado em abril ou maio. As empresas vencedoras vão administrar, nos próximos dois anos, todos os 2.696 radares previstos para funcionarem no Brasil, contabilizando os que hoje estão desligados.
A volta do funcionamento dos equipamentos de fiscalização é comemorada pelo presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de Minas Gerais (Setcemg), Ulisses Martins Cruz. “Os radares são necessários em todas as rodovias do Brasil. Como eles não estão funcionando, há um abuso de velocidade. Queremos que as autoridades nos atendam e façam os radares voltarem a funcionar o mais rápido possível”.
Opinião semelhante tem o motorista Weberth Leles Alves, 37,que viaja quase toda semana pelo interior de Minas para entregar frutas. “O radar é essencial para evitar acidentes nas estradas, principalmente no perímetro urbano. Mas também acho que tem radar em lugar errado”, afirmou.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, a falta de radares pode ter contribuído para o aumento de 9,04% no número de acidentes nas rodovias federais em Minas no ano passado (21.903) em relação a 2007, quando os radares ficaram ligados até outubro.
Editais
Dnit avaliará custo-benefício
Um edital para a manutenção dos radares eletrônicos já havia sido lançado em abril do ano passado, mas a empresa GCT – Gerenciamento e Controle de Trânsito Ltda entrou com mandado de segurança em julho, exigindo que a empresa escolhida não fosse a que oferecesse somente o melhor preço, mas a que apresentasse o melhor projeto técnico em uma estimativa de valores programados pelo Dnit.
A Justiça acatou o pedido e adiou o edital por tempo indeterminado. Com a decisão, o órgão também postergou outros dois editais para a implantação de barreiras fixas, como as do Anel Rodoviário, radares de registro de avanço de sinal e pardais, que registram alta velocidade.
O edital, que será lançado em abril ou maio, vai englobar os três outros que já existiam. A licitação vai avaliar o melhor custo-benefício entre preço e projeto técnico. O contrato do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) com as empresas vencedoras será de cinco anos. (AN)
Capital
Detectores no Anel também serão religados
A possível volta do funcionamento dos redutores de velocidade que estão desativados nas BRs mineiras inclui o religamento dos radares do Anel Rodoviário de Belo Horizonte, apesar de estes serem administrados pela Polícia Rodoviária Estadual (PRE). Na via, que tem 26,5 km de extensão e corta a capital entre as regiões Barreiro, Oeste, Noroeste e Nordeste, há dez barreiras eletrônicas.
Com a dificuldade para o lançamento de um edital para a volta do funcionamento dos equipamentos, a PRE resolveu fiscalizar a velocidade na via com radares móveis, desde o ano passado. Somente no primeiro dia de fiscalização, mais de 800 motoristas foram flagrados e multados.
Em 2008, ocorreram 65 atropelamentos no Anel Rodoviário, que resultaram em 13 mortes. Para evitar mais acidentes dessa natureza, foram instaladas passarelas em pontos considerados de maior risco.