Um repiquete – súbito aumento do nível da água – inundou um desvio construído no quilômetro 52 da BR-364, sentido Sena Madureira, onde o governo do Estado constrói uma ponte sobre o Rio Andirá.

O incidente aconteceu por volta das 20h30 de segunda e foi agravado por uma carreta de placas NDI 0300, que tentou cruzar o desvio pouco antes da inundação.

O incidente isolou Sena Madureira e os produtores que moram em ramais ao longo da rodovia e que precisam do tráfego para escoar a produção agrícola.

A situação ficou tensa de manhã mesmo com as máquinas do governo trabalhando para liberar a ponte para veículos pequenos.

Alguns freteiros carregaram as mercadorias nas costas, pela ponte, para garantir a renda do dia.

“É a única forma de garantir qualquer renda, porque nós vivemos disso. Tanto que nós não aumentamos a taxa de transporte, continua a mesma coisa. Mas temos que garantir que a mercadoria chegue ao destino, não é mesmo?”, disse, ofegante, o freteiro Odileudo Mota de Oliveira, que lutava contra o cansaço para transportar, em várias viagens a pé sobre a ponte, 800 quilos de mercadorias de sua Toyota até o veículo de um amigo.

A situação só foi amenizada por volta das 11 horas de ontem, quando os responsáveis pela obra da ponte improvisaram as “cabeças” da obra nos dois lados para dar passagem aos veículos.

De acordo com o engenheiro responsável, Ricardo Augusto Araújo, o trânsito continuará até a inauguração da ponte, o que deverá acontecer em no máximo três dias. Até lá, apenas veículos com no máximo 10 toneladas podem passar.

“Não podemos colocar a obra em risco. A estrutura ainda não está pronta para receber veículos mais pesados, como carretas, por exemplo. Por isso, só esta-mos espe-rando a estru-tura ficar mais resistente para abrimos às carretas mais pesa-das”, explica Araújo.