A partir de agosto do ano que vem, as montadoras começam a instalar, gradativamente, um equipamento antifurto de rastreamento e bloqueio remoto nos veículos novos nacionais e importados comercializados no Brasil. A medida é determinada pela Resolução 245, do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), aprovada em 2007.

“Foram anos de discussões até chegarmos a um modelo final que ofereça segurança aos motoristas e que contribua sensivelmente para a diminuição do índice de furtos e roubos no Brasil, que hoje chega a 400 mil por ano”, avalia Antonio Calmon, coordenador geral de planejamento normativo e estratégico do Sistema Nacional de Trânsito. “Esse número é maior ou igual à produção de muitas montadoras, tornando-se inaceitável”, acrescenta.

Com a instalação dos dispositivos, a expectativa é que os índices caiam por conta de dois fatores principais. De um lado, a possibilidade de localizar e recuperar o veículo mais facilmente e, do outro, a inibição da ação dos assaltantes.

Além do rastreamento do veículo, também será possível fiscalizar infrações de trânsito, monitorar o tráfego e até cobrar pedágio. O mercado estima que o valor do seguro possa cair até 30%.

De acordo com Calmon, o equipamento é composto por quatro módulos: recepção via satélite, comunicação bi-direcional, bateria auxiliar e gerenciamento e bloqueio. O sistema de rastreamento e localização vai utilizar a rede de telefonia móvel para funcionar, já que trará um SIM card embutido.

No ano passado, entre janeiro e novembro, o Rio de Janeiro registrou o roubo ou furto de um carro a cada 12 minutos, de acordo com dados do Sistema de Roubos e Furtos de Veículos. Já em São Paulo, segundo a Secretaria de Segurança Pública, o intervalo foi ainda menor e chegou a apenas três minutos.