Com o início da estiagem, a tendência natural dos animais é buscar água em locais onde não houve diminuição do fluxo dos mananciais e fugir das queimadas. Porém, o instinto de sobrevivência da fauna pode gerar riscos tanto para o meio ambiente, quanto para o ser humano.

“Durante a seca, os animais silvestres tendem a se locomover mais, em busca de água. Infelizmente, nessa busca, muitos animais são atropelados nas rodovias, ou podem invadir áreas urbanas”, afirma o biólogo Vinicius Andrade Lopes, gestor do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), localizado em Campo Grande e mantido pelo governo estadual, através da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, das Cidades, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia (Semac) e do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul).

Em relação às queimadas, Vinicius afirma que “pelo menos até agora, neste ano, nenhum animal recepcionado foi vítima de queimadas”. Ele explica também que os animais que estão no CRAS não sofrem tanto quanto os que estão em seu habitat natural: “O CRAS está localizado no Parque Estadual do Prosa onde há mata, córregos, um pequeno lago, e os animais são alimentados e hidratados diariamente, de forma a estarem sadios para retornarem à natureza, que é nosso principal objetivo”, diz.

Ele alerta também a população para que, em caso de aparições de animais silvestres em áreas urbanas, as pessoas comuniquem imediatamente a Polícia Militar Ambiental (PMA) pelo telefone 67 3314 4920 ou o Corpo de Bombeiros, pelo fone 193.

Há 20 anos o CRAS realiza a recepção, triagem e destinação de animais silvestres apreendidos durante operações de fiscalização efetuadas pela PMA, Ibama e Corpo de Bombeiros. Desde sua criação, já recebeu mais de 22 mil animais oriundos do tráfico, de doações da população, de casos de atropelamentos e acidentes nas estradas.

Desse total, 68% são aves, 20% mamíferos e 12% répteis. As espécies que mais aparecem por lá são: o papagaio-verdadeiro, curió, canário-da-terra, tucano, arara-canindé, pássaro-preto, macaco-prego, gambá-de-orelha-branca, quati, sagüi-de-tufo-preto, veado-catingueiro, jabuti, jibóia, cágado, caiçaca, sucuri e falsa-coral.

Visitas

Os interessados em conhecer o CRAS devem se inscrever no Parque Estadual do Prosa para formar grupos. As visitas acontecem às terças, quintas e sábados. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (67) 3326 1370.