Um motorista entra no carro, deixa a garagem de sua casa na Granja Viana, em Cotia, anda apenas alguns metros e tem seu mau humor potencializado ao quadrado quando avista a interminável fila de veículos na Rodovia Raposo Tavares, único acesso à capital. Depois de minutos de espera só no engarrafamento de acesso à estrada, finalmente está prestes a deslanchar e percorrer alguns poucos quilômetros até São Paulo. Mas é aí que começa o tormento: ele demora mais de uma hora para percorrer os 11 quilômetros entre o km 20,5 da alça de acesso ao Rodoanel e a entrada da Rua Alvarenga, em São Paulo.
Parte desse congestionamento é provocado pelos veículos vindos do Trecho Oeste do Rodoanel, construído para amenizar o trânsito da capital. É criado um gargalo no trânsito da Raposo Tavares, que não consegue fluir. Das cinco rodovias afetadas pela operação do Rodoanel, a Raposo é a menos preparada para as mudanças.
Moradores de cidades e bairros vizinhos da estrada reclamam da falta de infra-estrutura para suportar o crescimento do fluxo de veículos. Destacam que a Raposo foi construída sem planejamento, além de o trajeto ser estreito, sinuoso e sem vias alternativas.
A saturação do trânsito na Raposo fica evidente ao se analisar dados de levantamento feito pelo Departamento de Estradas e Rodagem (DER). De 1997 até hoje, o número médio de veículos que usam a rodovia diariamente subiu de pouco mais de 80 mil para 160 mil. Nos últimos cinco anos, período que coincide com a inauguração do Trecho Oeste do Rodoanel, o crescimento foi de 52% – ou 55 mil veículos na média diária.
O serviço de ajuda ao usuário do DER-10, que opera na Raposo Tavares, atende a mais de 3 mil carros quebrados por mês só entre o kms 9,8 e o km 34. Segundo o DER, a capacidade da estrada está esgotada e a expectativa é de que o movimento cresça ainda mais. No trecho administrado pela ViaOeste, após o km 34, a quantidade de motoristas atendidos triplicou nos últimos quatro anos e, de 2004 para cá, saltou de 3 mil para quase 5 mil por mês.
Em nota, a Dersa informou que “grande parte do tráfego que vinha da Régis Bittencourt na direção da Marginal do Tietê (e vice-versa) deixou de trafegar pelas Avenidas Francisco Morato e Eliseu de Almeida, Rua Alvarenga, Ruas Camargo e Valentim Gentil, sendo remanejado para a rota Régis, Rodoanel, Raposo Tavares, Avenida Escola Politécnica e Marginal Tietê.” E conclui: “Quando o Rodoanel estiver completo, todo o fluxo de tráfego de passagem deixará de penetrar nas artérias urbanas localizadas dentro do círculo delimitado pelo Rodoanel.”
Marginais serão construídas no Trecho Oeste do Rodoanel entre os trevos Padroeira e Raposo Tavares, como prolongamento das marginais já existentes entre a Avenida dos Autonomistas e o Trevo da Padroeira. Essas vias, embora não estejam paralelas à Raposo Tavares, deverão ser atrativas para o tráfego local e de curta distância, uma vez que não contarão com pedágio.
Rodoanel piora trânsito da Raposo
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Ao meu ver o governo do estado teria que fazer um novo anel viário pra desafogar esse trânsito e até mesmo interligar novas rodovias com a Raposo Tavares castelo branco com a marechal Rondon sentindo campinas e Jundiaí.