Bombeiros, Defesa Civil e órgãos ambientais estão no local

A Polícia Rodoviária Federal informou que BR 101 Sul, principal ligação entre o Espírito Santo e o Rio de Janeiro e que está fechada para o trânsito desde o final da tarde desta segunda (4), só deve ser liberada por volta de 13h desta terça-feira (5).

A via está interditada por causa de um acidente envolvendo uma carreta carregada com estireno, produto altamente tóxico e inflamável, que tombou em uma curva, no quilômetro 386, na localidade de Capim Angola, no município de Rio Novo do Sul.

O acidente aconteceu por volta de 17h desta segunda. O produto que vazou pode causar queimaduras nos olhos e na pele, e também asfixiar. O cheiro forte do estireno pode ser sentido a aproximadamente 500 metros do local do acidente. O veículo bitrem (articulado) transportava cerca de 50 mil quilos de estireno.

“O produto é altamente tóxico e inflamável. O problema é que ele está vazando, e com qualquer fagulha pode ser detonado”, explicou o agente da PRF, Dzajic Lins. Devido ao vazamento do produto químico, a rodovia foi fechada em ambos os sentidos.

Uma área de 800 metros em torno do local do acidente teve de ser isolada. Mesmo assim, desde a noite desta segunda-feira ainda havia risco de incêndio, segundo informações do Corpo de Bombeiros.

Desvio

Um caminho alternativo para os motoristas é passar pela ES 010 Sul, conhecida como Rodovia do Sol. No sentido Vitória-Rio, os motoristas devem seguir até Itapemirim, onde acessam a rodovia que liga a cidade ao trevo de Safra, e de lá seguir até a BR 101. No sentido inverso, o desvio pode ser feito também pelo trevo até Piúma, Itapemirim ou Marataízes.

Na noite desta segunda, pouco depois do acidente, um o congestionamento se estendeu por quase 10 quilômetros, nos dois sentidos da rodovia federal. Quem passou pela BR 101 Sul naquele momento teve que mudar os planos.

“Queria ir para Vitória e chegar logo, mas agora tenho que dar a volta pela Rodovia do Sol”, explica o consultor de vendas, Rafael Lisboa.

Outros motoristas não tiveram a mesma opção de manobrar no meio da pista para seguir pelo caminho alternativo devido ao excesso de comprimento do veículo, eles precisam aguardar a liberação do trânsito. Sérgio Tavares, motorista do Rio de Janeiro teve que deixar a carreta que dirigia no acostamento. “Não posso manobrar, porque a carreta é muito longa. Além do mais, meu veículo é rastreado, e não posso sair da BR 101”, explica.

História de tragédias

A região de Capim Angola, em Rio Novo do Sul, é marcada por acidentes às margens da BR 101. O caso mais grave envolvendo carga com produto químico na região aconteceu no dia 13 de outubro de 2007, quando um acidente envolvendo um caminhão carregado de gás provocou uma gigantesca explosão. O fogo devastou tudo em um raio de aproximadamente 250 metros na BR 101.

Quatro pessoas morreram, e oito ficaram feridas, todas com queimaduras pelo corpo.

Uma carreta, carregando 28 toneladas de gás, que seguia no sentido Rio de Janeiro-Vitória, perdeu o controle e a carroceria formou um L em relação ao cavalo de força, deixando o veículo atravessado na pista. Um caminhão bitrem (articulado), carregado de adubo, vinha no sentido contrário e bateu contra o cilindro de gás, que foi arrancado da carreta.

O veículo que levava o gás conseguiu parar cerca de 600 metros depois. Começou um perigoso vazamento de gás que logo formou uma imensa fumaça branca. Um Peugeot 206, que ia para o Rio de Janeiro, bateu atrás do bitrem. Uma caminhonete e duas motos – que iam no sentido Rio de Janeiro-Vitória – pararam na pista, poucos metros antes do acidente.

O gás vazou por dois minutos e em seguida explodiu. Uma bola de fogo de vários metros de altura praticamente engoliu tudo que havia em volta, todos os veículos, incluindo um caminhão Mercedes-Benz, que estava parado próximo fazendo reparos. Apenas a carreta que levava o gás escapou. Casas da localidade de Capim Angola, que ficam às margens da rodovia, foram atingidas pelas chamas. Uma residência ficou completamente destruída.