Falta de sinalização, fluxo intenso, pista rachada, buracos, entre outros, são os principais problemas apontados por motoristas e moradores da Rodovia Luiz Rosso, no bairro Quarta Linha, em Criciúma. A preocupação em comum é a conseqüência sofrida pelos problemas elencados: insegurança. Dados da CriciumaTrans apontam que nesta rodovia, em 2007, foram registrados 70 acidentes, sendo que dois deles com vítimas fatais. Até o primeiro trimestre desse ano foram registrados 11 acidentes – uma pessoa morreu. No início dessa semana, Nerivaldo Rosa Francisca, 30 anos, morreu após envolver-se em um acidente.
Este último acidente, assim como outros, ainda não está computado junto aos dados da CriciúmaTrans, mas já engrossa a lista de preocupações de quem mora às margens da Luiz Rosso. O aposentado Antônio Hercílio da Silva, 51 anos, é morador do local há 12 anos, e há 15 anos possui uma oficina no mesmo ponto. Neste tempo, segundo ele, somente nos dois quilômetros que ligam sua casa e seu comércio ao Morro da Bananeira, um dos principais e mais críticos pontos da estrada, já presenciou pelo menos seis mortes. “Os acidentes são constantes. As condições da rua são péssimas. Se estiver com pressa, por exemplo, para conseguir chegar a algum lugar, só fazendo irregularidades. Se pegares um caminhão na pista, tens que ficar atrás dele até onde ele ir. A pista é muito estreita, sem sinalização, está bem perigoso circular por aqui”, disse da Silva.
Imagens de quando era estrada de chão batido
Na subida do Morro da Bananeira mora o agricultor Arnaldo Dagostim, 45 anos. O tempo que tem de vida é o mesmo que reside no local. Na memória, o agricultor ainda tem nítidas as imagens de quando a rua começou a ser pavimentada, em 1976. São mais de 30 anos, segundo ele, sem qualquer tipo de reforma. “A estrada é muito irregular, com curvas acentuadas, rachaduras. Não há sinalização indicando curvas, ou na pista. Essas sinalizações, reparos e um “guard hail”, com certeza teriam evitado 80% dos acidentes aqui”, afirmou Dagostim. O “guard hail” que o agricultor sugere é como uma mureta de estrutura metálica às margens da rodovia, semelhantes as que há nas pistas de Fórmula 1.
Em alguns momentos nos 12 quilômetros da rodovia que liga Criciúma à BR-101, pelo acesso Sul, a reportagem de A Tribuna sentiu dificuldades em encontrar abrigo para o carro, limites de pista, já que em nenhum ponto da pista há pinturas de divisão. Até mesmo numa tarefa mais simples, como cruzar a rodovia, foi um exercício de paciência, tamanho o fluxo em um horário normal. “Essa questão da falta de sinalização é bem delicada porque no morro, por exem- plo, tem até três faixas na subida, mas não se sabe onde começa, termina se é para quem sobe ou desce. Há dias que levo mais de 10 minutos para atravessas aqui com meu trator”, enfatizou Dagostim.
Obra de revitalização está prevista para começar em até dez dias
Dentro de dez dias as angústias dos moradores devem começar a aliviar. Este é o prazo que a empresa vencedora da licitação das obras de revitalização da Luiz Rosso, a A Mendes, de Gravatal, tem para dar início aos trabalhos. A informação é da engenheira da Codepla, Kátia Smieleviski. A ordem de serviço foi assinada na quarta-feira.
O projeto de revitalização, de acordo com a engenheira, contempla a reabilitação de todo o asfalto, implantação de acostamento com asfalto, drenagem, ciclovia e calçadas em trechos urbanos, sinalização horizontal (pinturas) e vertical (placas), implantação oficial da 3ª pista no Morro da Bananeira, com acostamento e melhoria na curva acentuada do morro. “Vamos melhorar a geometria desta curva que compromete o trânsito. Da BR-101 para o Centro, no lado direito da pista, será aterrado e ampliada a pista.” A empresa A. Mendes, de Gravatal, venceu a concorrência pública, com a proposta de R$ 6.601.885,41.