A estrada mais perigosa do país é a BR-381, que tem 1.187 quilômetros, liga Espírito Santo a São Paulo e passa por Minas Gerais. Segundo levantamento do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), o índice de periculosidade da rodovia federal (que mede a proporção entre o número de acidentes e a extensão) é 8,34. O estudo aponta que ocorreram, em 2004, 7.420 acidentes nessa estrada.
Seguindo a mesma lógica, a BR-101 é a rodovia menos periogosa, pois o índice de periculosidade é 4,84. A estrada liga o Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, passa por 13 estados e tem 4.560 quilômetros.
Em números absolutos, a BR-116 é a rodovia que mais registrou acidentes em 2004. O estudo aponta que foram 23.136 acidentes. A BR-116 tem 4.565 quilômetros, liga o Ceará ao Rio Grande do Sul e passa por dez estados.
Prejuízo
Técnicos do Ipea, do ANTP e do Denatran afirmam que o prejuízo com os acidentes nas estradas do país chegam a R$ 22 bilhões por ano. Dados das tragédias ocorridas entre julho de 2004 e junho de 2005 mostram que o Sudeste é a região que tem mais gastos, seguida do Sul do país.
Segundo Luis Henrique Proença Soares, presidente do Ipea, o custo humano dos acidentes é incanculável. “Apesar de falarmos em custos, o valor humano é o custo maior. Os dramas humanos vividos por conta dos acidentes é muito mais angustiante, principalmente pelo fato de ser evitável. Basta que a sociedade melhore a forma de dirigir”.
Para ele, o estado brasileiro perde potencial de investimento em planejamento com o elevado custo provocado pelos acidentes rodoviários. “Por conta disso, os investimentos sempre foram de curto prazo. Foram anos de inflação, que só acabou na década passada. O estado está desaparelhado”, explicou Soares.
Marcos Bicalho, da ANTP, informou que os números apresentados são superiores às metas da entidade. “Serve de alerta. Isso tudo é um fator de denúncia. Precisamos de esforços públicos por parte das autoridades e, também, da sociedade. Sabemos que chegar a uma meta zero de acidentes é uma utopia”.