Motoristas precisam driblar 125 buracos num trecho de 10,7 quilômetros
O número considerável de acidentes com vítimas fatais registrados nas últimas semanas na BR-392 (rodovia entre Rio Grande e Pelotas), tem ofuscado os problemas existentes da RS-734 – estrada que liga o centro da cidade ao balneário Cassino.
Somente no trecho entre o pórtico de entrada da cidade e o Trevo existem 125 buracos. O maior deles chega a ter um diâmetro de mais de dois metros. O levantamento foi finalizado na última segunda-feira pelo diretor voluntário de trânsito da Associação Comercial dos Varejistas, Carlos Wyse.
Segundo ele, a maioria dos buracos encontram-se próximo ou na área reservada ao acostamento. “O problema agrava-se à noite, quando a visibilidade é menor e em dias de chuva, quando os buracos transformam-se em poças d água”, alega.
O trecho analisado possui 10,7 quilômetros, resultando na média alarmante de cerca de 12 buracos por quilômetro percorrido. Boa parte dos buracos encontram-se em frente às paradas de ônibus. Wyse fala que alguns deles existem há mais de um ano, já que em outro levantamento os mesmos buracos foram constatados.
Além dos buracos, o voluntário alerta para a falta de sinalização em diversos trechos, como linhas apagadas e placas amassadas e pichadas. “O relatório final com o resultado deste levantamento será entregue às autoridades. Penso que a Prefeitura Municipal juntamente com a Câmara Municipal devem intervir junto ao Daer, responsável pela conservação da RS-734, pedindo melhorias e providências emergenciais, como uma operação tapa-buracos, por exemplo, antes que a pista registre acidentes graves, assim como vem ocorrendo na BR-392”, fala Wyse.
Além da insegurança, Carlos Wyse alega que a quantidade de buracos acaba também danificando os veículos que por ali trafegam. “Muitas pessoas adquirem seus veículos com muita dificuldade. Além do valor material, o usuário precisa também arcar com as despesas referentes à documentação do veículo. O pagamento de impostos exige, no mínimo, que a rodovia esteja em boas condições”, ressalta.
O trecho onde foi realizada a contagem dos buracos não está incluindo na duplicação do governo do Estado. Essa obra se inicia somente a partir do Trevo, até a entrada do balneário. No trecho da rodovia estadual que será duplicado, também foi constatada a falta de sinalização e a presença de buracos, mas em menor escala. A maioria dos buracos foi tapada, mas o asfalto já está em alto relevo.
A obra de duplicação não segue o mesmo ritmo acelerado, notado durante a temporada de verão, e as máquinas permanecem paradas em frente à rótula na entrada do Cassino. A duplicação se iniciou ainda no governo de Germano Rigotto, em 2006, e está orçada em R$ 17,4 milhões.