Rodovia sem condições causa isolamento em Boca do Acre

O município de Boca do Acre (a 1.028 quilômetros de Manaus em linha reta) está isolado por via terrestre e fluvial. A denúncia foi feita ontem, da tribuna da ALE (Assembléia Legislativa do Estado ), pelo deputado Adjuto Afonso (PP). A população, revoltada pela demora das obras de recuperação e asfaltamento dos 104 quilômetros da BR-317 (que liga Boca do Acre ao Estado do Acre), resolveu interditar a pista. Segundo o parlamentar, a população protesta contra o Dnit (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes), órgão do Ministério dos Transportes, que ainda não repassou os recursos no valor de R$ 1,5 milhão do convênio assinado com a prefeitura do município para manutenção da estrada.

Um outro ponto destacado pelo parlamentar e que está emperrando o asfaltamento da estrada é o estudo de impacto ambiental. “O PT (Partido dos Trabalhadores) foi muito mais generoso com o Acre, que além do asfaltamento dos 104 quilôme tros da estrada no Acre, as comunidades já tem o Luz para Todos”, disse Adjuto, fazendo um apelo para que o partido também interceda para resolver o problema ambiental para que a obra seja concluída no lado amazonense.

De acordo com o deputado, o Ministério dos Transportes já alocou no orçamento da União os R$ 52 milhões oriundos de emendas de bancada, para o asfaltamento do lado amazonense da estrada, entretanto, é necessário o licenciamento ambiental. “Enquanto isso, Boca do Acre está isolada também por navegação, porque o rio está sem condições de navegabilidade. É importante que o Dnit libere o recurso assinado pelo prefeito Iran Lima, para que a manutenção da estrada seja feita”, argumentou o parlamentar, que deu entrada em requerimento para que a Assembléia encaminhe expediente ao Dnit e ao Ministério dos Transportes, pedindo solução para o problema, que, segundo Adjuto, não afeta apenas Boca do Acre, mas também o município de Pauini.
Os deputados Luiz Castro (PPS), Walzenir Falcão (PAN) e José Lobo (PR) prestaram apoio à iniciativa do autora da denúncia. Segundo Lobo, há pelo menos 15 anos o município está nessa situação.