A criação de rotas alternativas às rodovias onde há cobrança de pedágio, recém-anunciada pelo governador Roberto Requião, está sendo recebida com entusiasmo pelos empresários do setor de cargas do Paraná. Dirigentes do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas (Setcepar) e do Sindicato das Cooperativas de Transporte (Sincoopar) dizem que o programa “Estradas da Liberdade” vai reduzir despesas e deixar a economia do Paraná mais competitiva.
Para o presidente do Setcepar, a criação de opções de qualidade no transporte é fundamental para o setor. “Da forma como foi apresentado, o programa é viável e muito interessante porque oferece opções para o transportador, seja ele autônomo ou frotista”, diz Fernando Klein Nunes, ao se referir à ação do DER, que vai investir R$ 200 milhões na melhoria e na construção de rodovias que desviam de 16 praças de pedágio.
Em todo Paraná, 2,7 mil quilômetros de estradas foram concedidos à iniciativa privada no final da década de 90. “O Brasil resolveu inverter as coisas. Ao invés de a concessionária construir e explorar a rodovia, como ocorre em outros países, as empresas recebem as principais vias prontas. Com isso, o transportador não tem opção e fica nas mãos das concessionárias”.
A procura por caminhos alternativos vem ocorrendo mesmo antes da execução do programa, segundo o dirigente do Setcepar. “Muitos caminhoneiros autônomos já adotam essa prática, pois o pedágio é muito caro. Com a adequação das vias opcionais, o fluxo de caminhões por essas rodovias que desviam do pedágio deve aumentar”, prevê.
Na avaliação do presidente do Sincoopar e representante do Movimento União Brasil Caminhoneiro, Nelson Canan, é um mais um passo importante do governo do Paraná na luta contra o sistema de pedágio. “É uma medida estratégica porque cria alternativas à cobrança”, afirma o sindicalista.
“Acho até que as rodovias alternativas possam ficar melhores que as pedagiadas. Aliás, existem vários trechos de rodovias estaduais que estão mais bem cuidadas que as estradas concessionadas”, compara. “Esperamos ainda que o pedágio no Paraná diminua 70% ou que seja extinto. As concessionárias estão ganhando demais às custas do trabalhador”, acrescenta.
Progresso – Além de criar opção para os motoristas que não quiserem trafegar pelas rodovias pedagiada, as rotas do programa “Estradas da Liberdade” devem estimular especialmente o desenvolvimento das regiões por onde vão passar, avalia ainda o presidente do Setcepar, Fernando Klein Nunes.
“Uma boa estrada traz naturalmente mais recursos para a região. Um exemplo emblemático é o Vale da Ribeira. Com a pavimentação das estradas (Rio Branco do Sul – Cerro Azul e Estrada da Ribeira), o foco da região já mudou. Está atraindo turistas e empresas”, afirma. “Imagine isso feito num programa macro? É lógico que vai haver progresso nessas regiões”, completa.
Klein Nunes prevê um desenvolvimento ainda maior para a região cortada pela Estrada do Cerne, via alternativa a ser construída. A histórica rodovia, que vai do Norte do Paraná até a Região Metropolitana de Curitiba, está sendo pavimentada pelo Exército no trecho entre Campo Magro e Piraí do Sul através de uma parceria com o governo do Estado