Técnicos do Instituto de Pesquisas Rodoviárias – IPR – desenvolverão, a partir deste mês, o Plano de Contingência para Sinistros Envolvendo o transporte rodoviário de Produtos Perigosos. O objetivo é disponibilizar, na Internet, informações sobre o tipo de produto perigoso que trafega nas principais rotas de escoamento dessas mercadorias.

A empresa selecionada para executar os serviços junto com o IPR é a Contécnica, e o valor do contrato, que tem validade de um ano, é de R$ 680 mil. Além das rotas das cargas perigosas, será disponibilizado online o manual, que é de observância obrigatória, com orientações para a elaboração de projetos de construção e restauração de rodovias. A atenção a essas normas é, hoje, parte das exigências dos projetos ambientais de rodovias.

De acordo com o supervisor do estudo, engenheiro Mirandir Dias da Silva, o objetivo do plano de contingência é definir os problemas mais comuns e encontrar soluções para minimizar os danos ao meio ambiente causados por acidentes com cargas tóxicas ou que ofereçam risco para as populações que habitam as margens da rodovia. “O importante é integrar os habitantes dessas localidades e a rodovia, num trabalho de conscientização, orientando, desde a não entrar em contato com produtos tóxicos até estratégias de evacuação da área em caso de acidentes mais graves”, comentou.

O trabalho inclui, ainda, a identificação de uma rede de atendimento que engloba hospitais, defesa civil, bombeiros e polícia militar. Além disso, nas rodovias já existentes, o plano sugere a construção de áreas específicas para estacionamento de caminhões que transportam cargas perigosas, bem como a implementação de pólos de desenvolvimento sustentável, com equipes multidisciplinares. Esses locais deverão contar com o trabalho de técnicos, universitários, engenheiros, antropólogos e biólogos, responsáveis pela integração comunidade-rodovia.

Esta é a primeira fase do projeto, que posteriormente abrangerá todo o país. Nesse momento, sete estados das regiões Sul e Sudeste foram escolhidos para serem analisados. Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. “Essas regiões foram escolhidas por serem rota para os países do Cone Sul e por concentrarem a maior parte do tráfego de veículos com produtos que oferecem risco”, explicou o supervisor.