Delcídio diz que verba não fz sequer “cócegas” nas rodovias

Durante as discussões sobre orçamento da União, nesta manhã, em Campo Grande, uma das preocupações mais evidentes é com o valor que deve ser destinado para obras nas rodovias. O governador André Puccinelli voltou a reclamar do montante previsto pelo Dnit (Departamento Nacional de Infra- Estrutura): apenas R$ 135 milhões para o próximo ano.

Nas contas do governo, seria necessário pelo menos R$ 1 bilhão, para intervir e melhorar as condições de segurança e tráfego nas BRs 262, 267, 163 e 359.

Na busca por mais recursos, Mato Grosso do Sul tem como vantagem o fato do relator do Orçamento Federal ser o senador sul-mato-grossense Delcído Amaral (PT).

Nesta terça-feira, antes do início das discussões que ocorrem na Assembléia Legislativa, Delcídio disse que fará “um tratamento do choque no Dnit”, para sensibilizar sobre a necessidade de um valor maior. “O recurso atual não faz nem cócegas nas rodovias daqui”, comentou.

O próprio superintendente regional do órgão em Mato Grosso do Sul, Marcelo Miranda, admite que o orçamento é muito baixo, mas fala em um valor menor que o reivindicado pelo governo, defende repasse de R$ 400 milhões.

O que ninguém discute é sobre a precariedade de alguns pontos nas estradas. A prioridade de restauração é a BR- 262, informa o governador. Uma das recordistas em acidentes no Estado, as obras começariam pela abertura de acostamento.

A BR-267 também é motivo de preocupação. “Necessita de todo tipo de serviço”, diz Puccinelli. Apontada pela CNT (Confederação Nacional dos Transportes) como dona do oitavo pior trecho do País, só para essa rodovia o projeto prevê gastos de até R$ 160 milhões.

Na BR 163 a solicitação é por verbas federais para recuperação do asfalto, entre Campo Grande e Sonora, ao custo de R$ 120 milhões. Outra obra é esperada na rodovia entre Dourados a Guairá. O projeto já pronto, diz Marcelo Miranda. “Essa rodovia não agüenta chuva, precisamos melhorar a qualidade do asfalto”, justifica.