PREOCUPAÇÃO: Roubo de cargas reduz no país, mas ainda preocupa o setor de transporte. Foto: Aderlei de Souza

De acordo com a NTC&Logística, houve redução de quase 4 mil casos, mas os números ainda preocupam o setor no país

As ocorrências envolvendo roubo de cargas pelo país atingiu a marca de 18.382 ocorrências, de acordo com a pesquisa realizada pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística  (NTC&Logística).

De acordo com o levantamento – que é feito anualmente, desde 1998 – a estatística nacional de roubos de carga apurada em 2019 mostrou uma redução de 17% em relação a 2018, mas que ainda traz preocupação ao setor.

Ainda de acordo com a NTC&Logística, o relatório tem como base informações colhidas em fontes formais e informais, que, em 2019, apurou 18.382 ocorrências de roubos de carga em todo o Brasil. Enquanto em 2018, o total foi de 22.183 casos.

Redução

Em 2019, foi registrada uma queda de quase 4 mil ocorrências em relação a 2018. Segundo o estudo, é um número menor quando comparado com 2017, que apontou 25.970. Entretanto, segundo a Associação, é um índice alto de roubos.

De acordo com a NTC&Logística, os prejuízos foram de R$ 1,40 bilhão. Para o presidente da NTC&Logística, Francisco Pelucio, a pesquisa continua apontando uma considerável redução se comparada ao ano de 2018. “Estamos falando de milhares de roubos em todo o Brasil e precisamos continuar trabalhando para que esses crimes não aconteçam mais”, disse.

Pelucio frisou que a redução tem muito a ver com o investimento alto das empresas, em tecnologias e medidas de segurança em suas operações. “Essas ações possibilitam uma resposta muito mais rápida e ativa em relação às tentativas de delito e, também, com o trabalho dos órgãos de segurança pública nas esferas estaduais e federais, que têm atuado com mais rigor no combate aos delitos de carga”, pontuou.

Para o vice-presidente para assuntos de segurança da NTC&Logística, Roberto Mira, os números do roubo de cargas no país, mesmo em queda, “ainda são inaceitáveis”. Segundo ele, os roubos ocorrem porque os receptadores, que compram as cargas roubadas e incentivam o crime, estão impunes, por conta de uma legislação arcaica. “Temos urgentemente que agravar as penalidades para esse delito, tanto a pena para a pessoa do receptador como para o seu estabelecimento, que deverá ter a licença de funcionamento cassada”, comentou.

Sudeste

De acordo com o levantamento, a região Sudeste continua sendo a mais afetada com essas ocorrências, arcando com 84,26% do total. Na sequência, está a região Sul, com 6,52%; tendo a região Nordeste logo atrás, com 6,29%; a Centro-Oeste, 1,69%; e por último está a região Norte, com 1,24%.

Quando se fala em região Sudeste como sendo a de maior incidência de roubos, o estado do Rio de Janeiro continua sendo o campeão, onde os registros chegaram a 40,56%, seguido por São Paulo, 39,85%. Ambos, ao lado do Espírito Santo e de Minas Gerais, somam um total de R$ 952,93 milhões de prejuízo.

O estudo mostrou que em seguida aparece a região Nordeste, com R$ 157,84 milhões; Sul, com R$ 133,11 milhões; Centro-oeste, com R$ 106,39 milhões; e Norte, atingindo R$ 47,81 milhões.

De acordo com o levantamento, os produtos mais visados pelos delinquentes que são os alimentícios, cigarros, eletroeletrônicos, combustíveis, bebidas, artigos farmacêuticos, autopeças, defensivos agrícolas e têxteis e confecções.

Pelucio diz que a entidade continuará buscando meios de deter esses crimes. “Estamos  desenvolvendo um trabalho integrado com os órgãos públicos e privados, informando e cobrando um olhar mais atento do transportador brasileiro, responsável por movimentar mais de 65% de todas as riquezas do país, esclarece.

Para o vice-presidente Mira, o trabalho de integração entre as polícias tem proporcionado bons resultados. “Vamos continuar nesse sentido para que no próximo ano os estados mais afetados, como São Paulo e Rio de Janeiro, possam ter uma diminuição considerável”.

Confira a pesquisa

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