A rodovia BR–101 voltou a ser bloqueada, ontem, na altura da cidade de Messias, por cerca de 200 trabalhadores rurais, ligados à Comissão Pastoral da Terra (CPT). O grupo exige cestas básicas e a agilização do processo de desapropriação da fazenda Flor do Bosque, atualmente administrada pela usina Santa Clotilde, prometendo somente deixar o local quando tiver suas reivindicações atendidas.

Os sem–terra usaram troncos de árvores e pedras para bloquear a estrada, por volta das 7h da manhã. No final da tarde, havia uma fila de veículos de mais de três quilômetros em cada lado do local do protesto, causando muita insatisfação entre os motoristas.

“Estou levando uma carga de óleo vegetal da cidade de Luiz Eduardo Magalhães (BA) para o porto de Suape, em Pernambuco, e acabei ficando aqui preso”, lamentou o caminhoneiro paranaense Oliveira Cortez. O irmão dele, João Cortez, também está com a carreta parada na estrada. “Virou moda em todo o País este tipo de bloqueio. Primeiro, eram os índios na região do Mato Grosso; agora, são os sem–terra. E nós é que acabamos no prejuízo”, disse Oliveira Cortez.

Até uma ambulância da Prefeitura de Joaquim Gomes levando uma menina recém–nascida, de apenas um dia, e a mãe foi impedida de passar no local. “A gente não tem nada a ver com isso e acaba prejudicada”, afirmou Maria Luciene da Silva, 18, enquanto amamentava a filha.
Os manifestantes levantaram barracas de lona na beira da pista e dizem que permanecerão no local até que o governo envie representantes para conversar com os camponeses. O bloqueio continuava até o fechamento desta edição.