Levantamento da Artesp é feito com usuários de rodovias do Estado
São Paulo – Apenas 33% dos passageiros que viajam no banco traseiro usam o cinto de segurança em estradas. Já entre motoristas e passageiros do banco da frente o índice de adesão ao equipamento é de 90%. A pesquisa, de 2007, é da Artesp (Agência dos Transportes do Estado de São Paulo).
O levantamento foi feito com base em dados fornecidos pelas 12 concessionárias que administram os 3,5 mil quilômetros de rodovias concedidas do Estado. Elas fiscalizaram 97.373 veículos. Os números mostram que, embora 89% das crianças estivessem no banco traseiro, só 20% delas usavam cinto.
O gerente de segurança da Artesp, José Carlos Navas, crê que a imprudência no banco traseiro é resultado da falta de fiscalização. “Quando o cinto se tornou obrigatório na Capital, em 1994, só conseguimos que a lei fosse respeitada aplicando multas. Quando ele passou a ser exigido em todo o país pelo Código de Trânsito Brasileiro em 1997, também tivemos que autuar. Infelizmente, a fiscalização dos passageiros traseiros não é tão simples”, afirma.
O capitão Marco Antônio Ferraretto, da Polícia Militar do Estado, explica que os policiais têm dificuldade em flagrar passageiros traseiros sem cinto. “Não temos visualização pois a maior parte dos cintos traseiros é de dois pontos e passa somente pela região abdominal. Os policiais só vêem dentro do veículo quando ele já está próximo e, a essa altura, os passageiros já podem ter colocado o cinto para se safar de multas.”
Mudança de atitude
O eletrotécnico José Antunes, 50 anos, tornou o cinto obrigatório em seu carro após um susto com o neto, então com seis anos. “Ele estava de pé lá atrás e, quando freei, o segurei antes dele bater no painel. Hoje só saio com o carro depois que todos estão de cinto.”
Mortalidade aumenta sem a utilização
O levantamento da Artesp mostra que, dos motoristas que morreram em 2007 nas rodovias concedidas, 36% não usavam cinto de segurança. Já entre os passageiros traseiros que vieram a óbito, 81% não utilizavam o equipamento de segurança.
A pesquisa revela também que, dos motoristas que não sofreram nenhum ferimento, 99% estavam de cinto, enquanto entre passageiros traseiros ilesos 92% estavam protegidos. O gerente de segurança José Navas diz que o estudo orienta as ações de conscientização empregadas pelas concessionárias.
Na Viaoeste (responsável pelo sistema Castello Branco–Raposo Tavares), fiscais orientam sobre a necessidade do cinto através de cartilhas e até ajudando os usuários a utilizar o equipamento. Já na Centrovias (que administra rodovias da região Centro-Norte) estudantes e seus pais participam de palestras. A idéia é fazer com que os adolescentes cobrem de toda a família uma postura de maior segurança.