Crash test feito pela PRO TESTE constata que o Brasil exporta modelos seguros e vende mais no País a versão sem itens básicos de segurança.
A PRO TESTE fez um crash test (teste de colisão) com o modelo do Fox mais vendido no Brasil, e na comparação com o modelo europeu os resultados mostraram que, enquanto os passageiros do carro vendido na Europa não sofreriam grandes danos, o motorista brasileiro sofreria lesões tão graves que poderia morrer devido à falta de proteção aos adultos do banco da frente. Os modelos fabricados em São José dos Pinhais (PR) para o mercado interno não incorporam, como de série, os itens de segurança que adotam na Europa.
O motorista do Fox brasileiro testado sofreria ferimentos graves na cabeça, na nuca e no tórax depois do choque, o que muito provavelmente o levaria à morte. Já o do carro vendido na Europa teria danos mínimos na cabeça. A diferença se explica pela presença do airbag, que evita que o motorista bata a cabeça no volante, e de um cinto de segurança mais moderno na versão européia. No modelo europeu, o passageiro que viaja ao lado do motorista sofreria impacto apenas nas coxas. Já o brasileiro, ao menos, não teria risco de morte, mas machucaria seu joelho direito e sua cabeça.
O teste de colisão foi realizado com a metodologia da EuroNCAP (European New Car Assessment Program – Programa Europeu de Avaliação de Carros Novos). O veículo foi comprado anonimamente, em uma concessionária, como faria qualquer outro consumidor interessado em adquirir um Fox, e enviado para o mesmo laboratório na Alemanha que avaliou esse modelo brasileiro de carro, em 2005. O Fox foi o escolhido para o teste porque ele é fabricado no Brasil para o mundo todo. Já o Fox europeu foi testado pela própria EuroNCAP.
A PRO TESTE avalia que apesar do péssimo resultado, se fosse comparado com outros modelos nacionais semelhantes, o Fox brasileiro provavelmente seria considerado até mais seguro que os demais. A análise da carroceria do Fox mostra que ele foi projetado para ser um veículo seguro, mas de nada adianta a estrutura se os equipamentos essenciais de segurança não estão presentes.
O objetivo da PRO TESTE, com esse crash test, é pressionar todas as montadoras para que vendam, no Brasil, carros com igual configuração mínima de segurança que na Europa. Até porque a falta de segurança apresentada pelo Fox pode ser verificada na grande maioria dos automóveis mais vendidos do país.
A versão básica do Fox brasileiro é desprovida de uma série de itens de segurança, vendidos como opcionais. Na Europa, as concessionárias não vendem um carro sem esses itens. Portanto, os carros testados eram bem diferentes. Mas, apesar de uma eventual comparação ser injustificável do ponto de vista técnico, ela é válida porque essas são as versões mais vendidas nos dois mercados, e as mais acessíveis ao consumidor em cada país.
Não há qualquer lei, na Europa ou no Brasil, que obrigue todos os carros a ter itens básicos de segurança de série. Porém, na Europa, é impossível comprar um Fox sem dois airbags e um cinto de segurança moderno, com pré-tensionador, limitadores de esforço e aviso sonoro caso o motorista não o coloque.